Colocar os gastos na ponta do lápis tem se mostrado um desafio e tanto quando o objetivo é economizar. Prova disso é que 56% dos brasileiros assumiram não fazer orçamento doméstico ou familiar e 69% afirmaram não ter poupado nenhuma parte da renda recebida nos últimos 12 meses, conforme aponta levantamento do Banco Central.
Os dados revelam que 72% dos entrevistados pensam se poderão pagar uma compra, mas na prática o comportamento muitas vezes é contraditório. Dos 31% que disseram poupar parte da renda, mais da metade guardou menos do que 10% do dinheiro recebido nos últimos 12 meses.
Na opinião do educador financeiro Reinaldo Domingos, os números demonstram uma tendência nacional: poucos têm o hábito de poupar e os que poupam guardam apenas uma pequena parte da renda. Para o especialista, esse comportamento afeta todas as faixas etárias, principalmente pessoas com menor renda, o que resulta na baixa capacidade de arcar com despesas imprevistas. “O primeiro passo para se economizar, para se ter uma realidade de um sonho sendo realizado é você estabelecer um percentual até mesmo dentro da sua realidade. Tem pessoas que (aplicam) 10%, 5%, 7%, 15%, 20%, é importante fazer a lição de casa, saber para onde está indo cada centavo do nosso dinheiro. Para isso, eu recomendo fazer um diagnóstico financeiro, saber extamente o que estou gastando no item padaria, no item balada, ou seja, até no cafezinho e na gorjeta que você dá”, afirmou.
O especialista em finanças domésticas Carlos Sampaio ressalta que a falta de informação e planejamento ainda prejudicam os brasileiros na hora de realizar objetivos pessoais. “Preocupação com dívidas maiores do que os ganhos, desconhecimento de juros compostos, falta de planejamento financeiro, frustração pela não realização dos sonhos. Se você segue fazendo tudo como as coisas fossem se resolver sozinhas, é uma rotina. E as recompensas? Sentir o prazer de conseguir poupar regularmente, uma delas. A felicidade de saber como investir, viver uma vida dentro de um padrão de vida onde existe ganhos maiores do que os gastos”, exemplificou.
De acordo com o levantamento do Banco Central, o cartão de crédito é o produto financeiro mais utilizado pelos brasileiros (45%), seguido pelos carnês de lojas e pela conta poupança. Cartão de crédito, carnê de lojas e empréstimo pessoal são produtos mais utilizados por mulheres do que por homens (26,5%). Já a conta poupança, o cheque especial e o financiamento do carro são produtos mais utilizados por eles do que por elas.