BIOGRAFIA.
Allan Kardec foi o codificador do Espiritismo.
Com os ensinamentos que recebeu de espíritos superiores, através de diversos médiuns, escreveu os cinco livros que se tornaram a base da doutrina: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
Deixou também trabalhos não publicados, que foram reunidos 21 anos após sua morte no livro Obras Póstumas, além de diversos outros livros de iniciação à doutrina como O que é o Espiritismo, O Principiante Espírita e O Espiritismo em sua mais simples expressão.
Kardec nasceu na cidade de Lyon, na França, no dia 3 de outubro de 1804.
Seu nome de batismo não era esse, porém: foi batizado na religião católica como Hipollyte-Léon-Denizard Rivail. Só adotou o pseudônimo Allan Kardec muitos anos mais tarde, depois de iniciar seu contato com os fenômenos espíritas.
Durante uma reunião mediúnica na casa da família Baudin, em Paris, o espírito protetor Zéfiro manifestou-se dizendo que havia conhecido Rivail em uma existência anterior, no tempo dos druidas, quando viviam juntos nas Gálias. Segundo Zéfiro, nessa época Rivail se chamava Allan Kardec. Quando Rivail publicou seu primeiro livro espírita, O Livro dos Espíritos, em 1857, resolveu assiná-lo com o pseudônimo, e passou a usá-lo em todas as suas novas obras.
O professor Rivail
Filho do juiz Jean Baptiste Antoine Rivail e de Jeanne Louise Duhamel, Hipollyte era de uma tradicional família francesa de magistrados e professores. Com 10 anos de idade, foi estudar na Suíça, na cidade de Yverdon, no Instituto Pestallozzi, dirigido pelo professor Johann Heinrich Pestallozzi. A escola era uma das mais respeitadas da época na Europa. Kardec tornou-se um dos discípulos mais eminentes de Pestallozzi e um dos maiores propagadores de seu sistema de educação, que teve grande influência na reforma do ensino na França e na Alemanha.
Concluindo seus estudos em Yverdon, retorna à França, desta vez a Paris.
Logo destaca-se como pedagogo e escreve seu primeiro livro em 1823, com apenas 18 anos de idade: Curso prático e teórico de Aritmética, para crianças. No mesmo ano, tornou-se membro da Sociedade de Magnetismo de Paris, tornando-se ele próprio um experiente magnetizador. É lá que conhece o magnetizador Fortier, que em 1854 lhe falaria pela primeira vez das “mesas girantes”.
Kardec fundou dois institutos de educação em Paris e ainda escreve muitas outras obras didáticas. Em 1931, conhece Amélie Gabrielle Boudet, também professora e autora de livros, com quem se casou em 6 de fevereiro de 1832. Amélie viria a tornar-se uma preciosa colaboradora para sua futura atuação missionária.
As mesas girantes
A longa atividade e experiência pedagógica de Hipollyte-Léon-Denizard Rivail prepararam-no para sua grande missão: a codificação do Espiritismo.
Kardec tinha 50 anos de idade quando, em 1854, o magnetizador Fortier lhe fala sobre o estranho fenômeno das “mesas girantes”, que vinha sendo relatado nos jornais da França. As mesas se moviam e giravam sem a intervenção de ninguém. A princípio, Kardec acredita que o fenômeno poderia ser uma ação do magnetismo.
Algum tempo depois, porém, Fortier lhe relata algo ainda mais extraordinário: as mesas podiam também falar, e respondiam a perguntas.
“Isso é uma outra questão”, replica Kardec. “Crerei nisso quando o vir, e quando se me tiver provado que uma mesa tem um cérebro para pensar, nervos para sentir, e que possa se tornar sonâmbula; até lá, permiti-me nisso não ver senão uma história de fazer dormir.”
Testemunhando o fenômeno na casa da Sra. de Plainemaison, em maio de 1855, porém, Kardec não tem mais dúvidas. “As minhas ideias estavam longe de ser detidas, mas havia ali um fato que deveria ter uma causa. Entrevi, sob essas futilidades aparentes e a espécie de jogo que se fazia desses fenômenos, alguma coisa de séria, e como a revelação de uma nova lei, que me prometia aprofundar.”
Em reuniões na casa da família Baudin, Kardec pode observar os fenômenos mais atentamente. As jovens Caroline e Julie Baudin escreviam sobre uma ardósia com a ajuda de uma cesta, método que exigia a atuação de duas pessoas e por isso excluía totalmente a intervenção das ideias do médium. Ali, viu diversas comunicações e respostas dadas às perguntas propostas. Kardec conclui, afinal, que as mensagens eram efetivamente manifestações inteligentes produzidas pelos espíritos dos homens que deixaram a Terra.
Uma nova ciência
Foi na casa da família Baudin que Kardec fez seus primeiros estudos sérios em Espiritismo. “Apliquei a essa nova ciência, como o fizera até então, o método da experimentação; jamais ocasionei teorias preconcebidas: observava atentamente, comparava, deduzia as consequências; dos efeitos procurava remontar às causas, pela dedução e o encadeamento lógico dos fatos, não admitindo uma explicação como válida senão quando podia resolver todas as dificuldades da questão”, revela ele.
“Compreendi, desde logo, a seriedade da exploração que iria empreender; entrevi, nesses fenômenos, a chave do problema, tão obscuro e tão controverso, do passado e do futuro da Humanidade, a solução do que havia procurado em toda a minha vida; era, em uma palavra, toda uma revolução nas ideias e nas crenças; seria preciso, pois, agir com circunspeção, e não levianamente; ser positivo e não idealista, para não se deixar iludir”, afirma.
Kardec passou a levar a cada sessão uma série de perguntas, que eram respondidas pelos espíritos com precisão, profundeza e lógica. Daquelas respostas, que formavam um conjunto e ganhavam as proporções de uma doutrina, teve a ideia de publicar um livro. Desenvolvidas e completadas, formaram a base de O Livro dos Espíritos. Mais de dez médiuns prestaram assistência para a primeira edição, publicada em 18 de abril de 1857. Este foi o marco inicial da codificação espírita.
O Espírito de Verdade
Certa noite, em março de 1856, Kardec estava em seu escritório escrevendo quando ouviu pancadas na parede. Os golpes persistem, com mais força e mudando de lugar. Kardec tentou verificar de onde vinham as pancadas e não descobriu nada. Cada vez que ele procurava, o barulho cessava. Quando voltava a trabalhar, as pancadas recomeçavam.
No dia seguinte, em reunião na casa da família Baudin, Kardec pede aos espíritos a explicação do fato e descobre que o autor das pancadas era seu guia espiritual, querendo se comunicar com ele.
O iluminado espírito estava presente, e identifica-se: “Para ti, me chamarei A Verdade, e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora, estarei à tua disposição”. Kardec escreve mais tarde que a proteção do Espírito de Verdade nunca lhe faltou, em todos os momentos de sua vida.
A primeira revelação da missão de Kardec foi feita em 30 de abril de 1856, através da médium Japhet. “Rivail é o obreiro que reconstrói o que foi demolido”, disse o espírito comunicante.
O Espírito de Verdade confirma a missão, pela médium Aline C., em 12 de junho de 1856, advertindo-o dos percalços que teria que enfrentar: “A missão dos reformadores está cheia de escolhos e de perigos; a tua é rude, disso te previno, porque é o mundo inteiro que se trata de agitar e de transformar”.
O movimento espírita se expande
Em 1º de janeiro de 1858, Allan Kardec funda a Revista Espírita, que seria “uma tribuna livre, mantendo o público a par de todos os progressos e acontecimentos dentro da nova doutrina e precatando-o tanto contra os exageros da credulidade quanto contra os do ceticismo”, conforme escreveu.
Em 1º de abril do mesmo ano, funda a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, primeiro grupo de estudo da doutrina. Em 1860, a sociedade e a Revista Espírita se instalam na Passage Sainte Anne, na Rue de Sainte Anne 59, Paris. Lá Allan Kardec praticamente vivia, escrevendo para revistas e jornais, publicando novas obras e recebendo visitantes.
Em 15 de janeiro de 1861, lança O Livro dos Médiuns, a base da ciência espírita. Em 1864, lança O Evangelho segundo o Espiritismo, que é o alicerce moral da doutrina. Em 1865 publica O Céu e o Inferno, uma análise da justiça divina segundo o Espiritismo. Em 1868, enfim, publica A Gênese, o último livro básico da Codificação, em que fala sobre a criação do universo e as leis naturais, além de expor sobre as predições e os ditos “milagres” do Evangelho, que na visão espírita são fenômenos naturais e explicáveis à luz da razão.
O Auto-de-fé de Barcelona
Mas é claro que o movimento espírita também encontrou dificuldades e opositores. Uma das manifestações contra a nova doutrina, em 9 de outubro de 1861, ficou conhecida como Auto-de-fé de Barcelona. Por ordem do bispo de Barcelona, Espanha, trezentos livros e brochuras sobre o Espiritismo foram queimados na esplanada da cidade. Entre as publicações, estavam alguns números da Revista Espírita, O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e O que é o Espiritismo.
Sobre o fato, o Espírito de Verdade se pronunciou: “A minha opinião é que resultará desse auto-de-fé um bem maior do que não produziria a leitura de alguns volumes. A perda material não é nada em comparação com a repercussão que semelhante fato dará à Doutrina”.Na Revista Espírita de 1861, Kardec escreve: “Graças a esse zelo imprudente, todos na Espanha ouvirão falar de Espiritismo e quererão saber o que ele é, e isto é o que desejamos.
Podem queimar livros, mas não se queimam ideias. (…) E quando é grande e generosa uma ideia, encontra milhares de corações dispostos a almejá-la”.
Até breve, meu caro Allan Kardec
Em 31 de março de 1869, Kardec estava de mudança. O contrato de arrendamento do local onde funcionava a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, na Passage Sainte Anne, estava chegando ao fim, e ele queria levar os pertences para seu próprio apartamento, na Villa Ségur. Pela manhã, porém, no meio dos preparativos, foi surpreendido pela ruptura de um aneurisma. Entregava um número da Revista Espírita a um caixeiro de livraria quando subitamente curvou-se sobre si mesmo, e sem dizer uma única palavra, desencarnou, aos 65 anos.
Amélie Boudet tinha, na época, 74 anos. Continuou os trabalhos do marido na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e sobreviveu até 1883, quando desencarnou sem herdeiros diretos, deixando todo o seu patrimônio para a Sociedade.
No enterro de Kardec, em 2 de abril, Camille Flammarion faz belo discurso, em que diz: “Encontrar-nos-emos num mundo melhor, e no céu imenso, onde usaremos das nossas mais preciosas faculdades, continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é teatro por demais acanhado. É-nos mais grato saber esta verdade do que acreditar que jazes todo inteiro nesse cadáver e que tua alma se tenha aniquilado com a cessação do funcionamento de um órgão. A imortalidade é a luz da vida, como este refulgente sol é a luz da natureza. Até breve, meu caro Allan Kardec, até breve!”
Allan Kardec – Vida
Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu às 19 horas, filho de Jean Baptiste Antoine Rivail, magistrado, juiz, e Jeanne Duhamel, sua esposa, moradores de Lyon, rua Sala, 76 (“Obras Completas”. Allan Kardec. Editora Opus, p. 1).
Seus primeiros estudos foram feitos na sua terra natal e completou a sua bagagem escolar na cidade de Yverdun (Suíça), onde estudou sob a direção do famoso mestre Pestalozzi, de quem recebeu grande influência. Inúmeras vezes, quando Pestalozzi era solicitado pelos governos, para criar institutos como o de Yvernun, confiava a Denizard Rivail o trabalho de substituí-lo na direção da escola. Bacharelou-se em letras e ciências e doutorou-se em Medicina, após completar todos os estudos médicos e defender brilhantemente sua tese.
Conhecia e falava corretamente o alemão, o inglês, o italiano, o espanhol; tinha conhecimentos também do holandês e com facilidade podia expressar-se nesta língua. Foi isento do serviço militar e, depois de dois anos, fundou, em Paris, na rua Sèvres 35, uma escola idêntica à de Yverdun. Fizera sociedade com um tio, para esse empreendimento, irmão de sua mãe, o qual entrava como sócio capitalista. Encontrou destaque no mundo das letras e do ensino ao qual frequentava, em Paris, vindo a conhecer a senhorita Amélie Boudet, a qual conquistou o seu coração.
Ela era filha de Julien Louis Boudet, antigo tabelião e proprietário, e de Julie Louise Seigneat de Lacombe. Amélie nasceu em Thias (Sena), em 23 de novembro de 1795. Denizard Rivail casou-se com ela no dia 6 de fevereiro de 1832. A senhorita Amélie Boudet era nove anos mais velha do que Rivail. Seu tio, que era sócio na escola que fundaram, era dominado pelo jogo, levando essa instituição à falência. Fechado o instituto, Rivail liquidou as dívidas, fazendo a partilha do restante, recebendo cada um a quantia de 45 mil francos.
O casal Denizard aplicou suas rendas no comércio de um dos seus amigos mais íntimos. Este realizou maus negócios, indo outra vez à falência, nada deixando aos credores. Rivail trabalhando duro, aproveitava a noite para escrever sobre gramática, aritmética, livros para estudo pedagógicos superiores; ao mesmo tempo traduzia obras inglesas e alemãs. Em sua casa organizava cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia.
Escreveu: “Curso Prático e Teórico de Aritmética”, segundo o Método de Pestalozzi, com modificações, dois tomos em 1824; “Plano proposto para a melhoria da educação pública”, que assina como discípulo de Pestalozzi e em que expõe processos pedagógicos avançados em 1828.
Escreveu os seguintes livros: “Qual o sistema de estudos mais em harmonia com as necessidades da época?”, “Memória sobre estudos clássicos”, premiado pela Academia Real das Ciências, de Arras, em 1831; “Gramática francesa clássica” em 1831; “Manual dos exames para os certificados de habilitação: soluções racionais das perguntas e dos problemas de Aritmética e de Geometria”, em 1846; “Catecismo gramatical da língua francesa” em 1848; “Programa dos cursos ordinários de Química, Física, Astronomia e Fisiologia” em 1849; “Ditados normais (pontos) para exames na Municipalidade (Hotel-de-Ville) e na Sorbonne” (1849), obra escrita com a colaboração de Lévi-Alvarès.
Escreveu ainda: “Questionário gramatical, literário e filosófico”, em colaboração com Lévi-Alvarès. Segundo informa André Moreil, várias de suas obras são adotadas pela Universidade da França. Era membro de inúmeras sociedades de sábios, especialmente da Academia Real d’Arras.
A PRIMEIRA INICIAÇÃO DE RIVAIL NO ESPIRITISMO
Ainda jovem, no ano de 1823, Denizard Rivail demonstrava grande interesse pelo magnetismo animal, um movimento da época chamado também de mesmerismo, porque fora criado pelo médico alemão Francisco Antonio Mesmer (1733-1815), que morava em Paris desde 1778. No ano de 1853, quando as mesas girantes e dançantes vindas dos Estados Unidos invadiram a Europa, os adeptos do mesmerismo ou magnetistas de Paris logo quiseram explicar com suas teorias magnéticas este curioso fenômeno.
No final do ano de 1854, o magnetista Fortier notificou a Rivail o fenômeno das mesas dançantes que se comunicavam, dizendo-lhe: Sabe o senhor da singular propriedade que acabam de descobrir no magnetismo? Parece que não são unicamente os indivíduos que magnetizam, mas também as mesas, que podemos fazer girar e andar à vontade. No ano de 1855, encontrou o Sr. Carlotti, um antigo amigo seu que tornou a lhe falar desses fenômenos cerca de uma hora com muito entusiasmo, o que lhe fez despertar novas ideias.
No fim da conversa disse-lhe: Um dia serás um dos nossos.
Respondeu-lhe: Não digo que não. Veremos mais tarde (“Obras Póstumas. Obras Completas.” Editora Opus, p. 1160, 2ª edição especial, 1985).
Em maio de 1858, Rivail foi à casa da Sra. Roger, encontrando com o Sr. Fortier, seu magnetizador. Estavam presentes ali o Sr. Pâtier e a Sra. Plainemaison que explicaram a ele aquelas manifestações. Rivail foi convidado a assistir às experiências que se realizavam na casa da Sra. Plainemaison, na rua Gange-Batelière, nº 18. O encontro foi marcado para terça-feira às oito horas da noite. Foi ali pela primeira vez que Rivail presenciou o fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não houve mais dúvidas nele. Numa das reuniões da Sra. Plainemaison, Rivail conheceu a família Baudin, que morava na rua Rochechouart, que o convidou para ir a sua casa para assistir às sessões semanais que se realizavam ali. Ele aceita o convite e, desde então, Rivail passa a ser muito assíduo às reuniões (“Obras Completas”, p. 1160).
Uma noite, por intermédio de um médium, seu espírito pessoal lhe revelou que eles haviam vivido juntos em outra existência, no tempo dos Druidas, nas Gálias, e que seu nome era Allan Kardec (“Obras Completas”. Editora Opus, 2ª edição, 1985 p. 1). Em 1856, Kardec freqüentava sessões espíritas que eram feitas na Rua Tiquetone, na residência do Sr. Roustan e da Srta. Japhet.
No dia 25 de março deste ano, na casa do Sr. Baudin, sendo médium uma de suas filhas, Rivail aceita a revelação de ter como guia um espírito familiar chamado: A Verdade. Depois ficará sabendo que se trata do Espírito Santo, o Espírito da Verdade, que Jesus havia prometido enviar.
Reuniu todas as informações que tinha sobre o espiritismo e codificou uma série de leis, publicando no dia 18 de abril de 1857 uma obra com o nome de: Le Livre des Espirits (“O Livro dos Espíritos”). Este livro alcançou grande repercussão, esgotando rapidamente a primeira edição.
Allan Kardec fê-la reeditar no ano de 1858, neste mesmo ano em janeiro ele publica a Revue Spirite (“Revista Espírita”), o primeiro órgão espírita da França, e cuja existência ele assim justificou: Não se pode contestar a utilidade de um órgão especial, que mantenha o público a par desta nova ciência e o premuna contra os exageros, tanto da credulidade excessiva, como do ceticismo. É essa lacuna que nos propusemos preencher com a publicação desta revista, no intuito de oferecer um veículo de comunicação a todos aqueles que se interessam por essas questões e de vincular por um laço comum aqueles que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral, ou seja, a prática do bem e da caridade evangélica para com o próximo (“Espiritismo Básico.” Pedro Franco Barbosa, 2ª edição, FEB, p. 53).
Em 1º de abril fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Editou ainda outros livros: “O Livro dos Médiuns”, que surgiu na primeira quinzena de janeiro de 1861, considerado como a obra mais importante sobre a prática do espiritismo experimental. Em 1862, publicou “Uma Refutação de Críticas contra o Espiritismo”; em abril de 1864, “Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo”, que mais tarde foi alterado por o “Evangelho Segundo o Espiritismo”, com explicações das parábolas de Jesus, aplicação e concordância da mesma com o espiritismo. Kardec interpreta os sermões e as parábolas de Jesus, fazendo de maneira que concordem com seus ensinos e com as crenças espíritas e animistas que sempre existiram. Em 1º de agosto de 1865, lançou nova obra com o título de “O Céu e o Inferno” ou a “Justiça Divina Segundo o Espiritismo”; em janeiro de 1868, a “Gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo”, com a qual completa a codificação da doutrina espírita e o nome de Allan Kardec passa a figurar no Novo Dicionário Universal, de Lachâtre, como filósofo.
Hippolyte Léon Denizard Rivail – Allan Kardec – morreu em Paris, na rua Santana, 25 (Galeria Santana, 59), no dia 31 de março de 1869, com 65 anos de idade, sucumbindo pela ruptura de um aneurisma. A senhora Rivail contava com 74 anos quando seu esposo morreu. Sobreviveu até 1883, morrendo em 21 de janeiro, com a idade de 89 anos, sem deixar herdeiros diretos.
Livros que escreveu:
O Livro dos Espíritos (1857)
O que é o Espiritismo (1959)
O Livro dos Médiuns (1861)
O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864)
O Céu e o Inferno (1865)
A Gênese (1868)
Obras Póstumas (1890)