Por Júlio César Cardoso
Vivemos num país de horizontes sombrios no que se refere aos problemas relacionados à criminalidade e à corrupção. Até agora os esforços para combater tais problemas não têm sido significativos.
Apenas, para exemplificar, tomemos a situação do Rio de Janeiro, outrora pacífica cidade, que hoje é um terror, embora continue bela por natureza.
1) 25/10/2024 – Confronto entre policiais e traficantes mata 3 pessoas com tiros na cabeça, que estavam a caminho do trabalho.
2) 06/12/2024 – Menina de 12 anos morre baleada durante guerra entre bandidos rivais, na Zona Norte.
3) 09/12/2024 – Tiroteio na Avenida Brasil entre policiais e traficantes deixa 3 mortos e 3 feridos.
4) 10/12/2024 – Médica da Marinha é atingida na cabeça por bala perdida dentro do Hospital Naval, na Zona Norte. Não resistiu e faleceu.
Até quando o presidente Lula e demais autoridades políticas e judiciais vão se conscientizar de que a falta de segurança pública no país é atualmente o principal e mais grave problema brasileiro, muito mais importante que a saúde da economia nacional?
O que o Ministério da Justiça e o Congresso estão esperando para tomar, em caráter de excepcionalidade, medidas urgentes de enfrentamento às organizações criminosas? Por que não tratam com seriedade a questão?
Estão esperando que mais brasileiros inermes sejam assassinados? Até as unidades militares não são mais respeitadas. O país tem ou não tem comando governamental, político e judicial para enfrentamento dessa horda de criminosos?
Não são casos isolados. O que ocorre no Rio de Janeiro é o retrato de um país que há muito tempo deu as costas à segurança pública, como se não fosse uma obrigação da União, bem como de todos os entes federados.
A falta de segurança pública é tão relegada que não constava das agendas prioritárias dos candidatos a governadores e presidente da República.
Medidas repressivas contra a bandidagem deveriam ser imediatamente implantadas pelo Ministério da Justiça, em caráter de excepcionalidade, sem o crivo do Congresso Nacional. Não se pode esperar a boa vontade dos presidentes das duas casas legislativas para pautar a matéria.
Que país é este que tem leis e autoridades para prender e condenar bandido chinelão e não tem pulso para enfrentar, prender, condenar e acabar com essas organizações criminosas?
Então, paga-se elevada carga tributária para sustentar as despesas absurdas da ilha da fantasia Brasília, com Palácio do Planalto, Executivo, Legislativo e Judiciário, com a segurança dos ex-presidentes da República, inclusive os cassados, e falta empenho e dinheiro para defender a sociedade no seu direito constitucional de ir e vir?
A verdade é que as nossas autoridades governamentais, políticas e judiciais têm medo da bandidagem armada, com exceções, senão já teriam decretado medidas contundentes.
Vejam a dimensão de como os delinquentes perderam o medo de nossas autoridades. O criminoso Fernandinho Beira-mar, de dentro de penitenciária Federal, continua a dar ordens aos seus comparsas aqui fora para executar ações criminosas. Como isso pode ocorrer?
Por outro lado, temos um ministro da Justiça pusilânime e burocrata, que demonstra ou finge desconhecer a gravidade da falta de segurança pública do país.