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UM PAÍS DE LARÁPIOS

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O BRASIL É UM PAÍS ONDE OS LARÁPIOS SE DÃO BEM

Por Antonio Novais Torres

A safadeza, a falta de vergonha, a roubalheira dos políticos desonestos, e os espertalhões de plantão,   imperam em terras tupiniquins.  A ladroeira tem-se intensificado como nunca se viu antes, é o que informa e divulga a mídia.

Rouba-se  milhões dos cofres públicos,  pequenas quantias de aposentados e incautos trabalhadores. A rapinagem alastrou-se como uma epidemia sem cura, atingindo os poderes da República, as empresas privadas e estatais, cujas consequências estão evidenciadas na pobreza e miséria do povo brasileiro,  que tem fome de justiça social.

 É o escorchado contribuinte – o povo − que não conta com a contrapartida dos governos com obras e serviços públicos, como saúde e  educação de qualidade, segurança, assistência social digna, saneamento básico, barragens e outras ações em benefício do povo.

   O desenvolvimento econômico está estagnado, não há dinheiro para as obras de infraestrutura, e muitas estão paradas,  e as estradas  estão  sem a devida manutenção.

Os pobres,  se veem humilhados e, na condição de necessitados, submetem-se aos favores dos governos, recebendo recursos dos programas sociais. Mas  na verdade, preferiam estar trabalhando e custeando as próprias despesas com o produto do seu trabalho – que honra e dignifica as pessoas.

Os banqueiros se enriquecem  à custa dos sacrifícios dos usuários, cobrando juros escorchantes – uma vergonha escabrosa.

A mídia relaciona um rosário de corrupção e malversação do dinheiro público. Vejamos então algumas das falcatruas perpetradas contra o país pelos larápios de plantão: O INSS assaltado permanentemente,  Falências fraudulentas, desrespeito às decisões judiciais,  como no caso dos precatórios, e  as emendas parlamentares,  sem  critérios,  decência e moral, que o STF, por intermédio do ministro Flávio Dino,   tem colocado freios.

 Desembargadores, juízes, magistrados e advogados prostituindo a toga. Desarmonia entre os poderes, crime de concussão e peculato patrocinados por funcionários públicos dos diversos escalões da República. Burocracia que emperra a administração pública. Vendem  dificuldades para  obterem facilidades.

  Empresários desonestos, sonegadores de impostos e contrabandistas. Remessa de dinheiro para os paraísos fiscais configurando-se evasão de divisas, envolvendo políticos, e figuras do status social e empresarial, pessoas do executivo, do legislativo e do judiciário numa promiscuidade desavergonhada de gente que a priori não desperta suspeita, mas que são ladrões.

 Licitações fraudulentas evidenciando atos enganosos de má-fé com o intuito de ludibriar e lesar o erário. Evasão fiscal. Adulteração de combustíveis. Exploração da prostituição infantojuvenil. Tráfico de drogas e tavolagem clandestina, policiais civis e militares corruptos e delinquentes.

Lavagem de dinheiro e tráfico de influência.   Funcionários públicos graduados, que, através de ardis, acumulam vantagens que lhes permitem ganharem mais que o salário máximo estipulado pelo governo – uma inconstitucionalidade.

 Estelionato e  especulações imobiliárias praticadas por “empresários” desonestos e, políticos privilegiados, que invadem terrenos públicos,  cuja impunidade permite que se roube dos que acreditam na lisura do empreendimento.

Ações e atos perniciosos de políticos profissionais que conseguem enganar o povo, comprando-lhe a consciência e o voto, elegendo-se, assim, por vários mandatos. Tudo isso por culpa e complacência da impunidade.

 Se se enumerar todos os desmandos, precisaria de centenas de páginas, para relatar a  corrupção que se alastra pelo país afora.

 Vale ressaltar as palavras de Ives Gandra da Silva Martins, eminente tributarista de nomeada nacional, sobre a corrupção política, em um de seus artigos: “… Nas democracias, essa corrupção chega a ser até afetiva, ou seja, para favorecer os amigos do poder, os que devem ser agraciados porque apoiaram os eleitos, os que são simpáticos aos governantes e sabem agradecer tais gestos de recompensa e atuam nas funções para as quais são indicados; exteriorizando a lealdade com os que estão no comando”.

Continua Ives Gandra: “A corrupção comum, todavia, é aquela que faz do poder a fonte do ganho do dinheiro ilícito, do desvio de verbas, das comissões para conceder serviços públicos, dos preços superfaturados, da retomada de parcela do ganho dos beneficiados com indicações para serviços públicos, sem concurso, como pagamento de sua indicação”. Acrescente-se: essa prática não é incomum, pois já se incorporou ao procedimento de muitos políticos.

Argumenta o ilustre articulista: “Quase sempre, nos regimes democráticos, há uma máscara para justificá-la. O corrupto que não está pedindo recurso para ele, mas para financiamento de campanha dos atuais detentores do poder, com o que tenta mascarar o que verdadeiramente é, ou seja, um bandido que desvia verbas do contribuinte para fins espúrios. O disfarce do burocrata ou político ‘honesto’ que tem entre seus ideais maiores manter a equipe no poder já não engana ninguém.”.

É sabido que os próprios tribunais têm dificuldade de fiscalizar os gastos das campanhas e fazer o controle dos que as financiam, a máfia é muito esperta e bem assessorada, por último, os políticos  votaram para o país financiar as campanhas dos políticos. Nesse particular, os políticos desonestos são bastante competentes, por isso se enriquecem de um dia para o outro. Fortunas emergentes contam com a impunidade e, com isso, lesa-pátria, lesa-contribuinte, lesa-moral pública,  desdenham de quem os acusa de corrupção,  e ainda ameaçam processar o delator.

Este país tem dado provas cabais e incontestáveis de sua riqueza. Não é admissível, e até estranho,  o comodismo e aceitação do povo que não reage. Com tantos gatunos, tantos desmandos, tanta corrupção, tanta ilicitude, o país ainda persiste forte e altaneiro.  – Ó pátria amada, idolatrada. Salve! Salve!

Em qualquer outra parte do globo terrestre, qualquer país, já teria sido vítima dessa falcatrua. Precisa-se impedir que a corrupção e os desmandos prevaleçam. Cabe, pois,  defenestrar os maus políticos do circuito público, combater a impunidade através de leis que sejam cumpridas e executadas, enfim, exercer-se a cidadania.  Caso contrário haverá de se continuar produzindo mais pobreza e mais miséria e, consequentemente, mais inimigos para a sociedade, alimentando o crime e a marginalidade, uma brutalidade desumana, cuja crueldade,  a população já sente na pele.

A corrupção é um cancro que precisa ser extirpado, um câncer que corrói a sociedade, que vitima os pobres, os idosos, as crianças carentes. (www12. (www. senado. gov.br/…/almeida-lima). Almeida Lima.

A esperança é a última que morre. Cumpre-se, portanto, não deixá-la morrer. As mudanças dependem da iniciativa da sociedade, denunciando os corruptos e corruptores. É necessário criar-se um ambiente saudável para os indivíduos que compõem a coletividade, exercendo-se a cidadania.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744