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Waldir Magalhães Pires

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Major Waldir27-06-1918 † 24-12-2000

Por Antônio Novais Torres

Waldir Magalhães Pires, então Capitão do Exército Brasileiro, quando residente em Brumado, foi de fundamental importância para a implantação, em fevereiro de 1958, do Ginásio General Nelson de Mello. Esse nome foi atribuído pelo referido Capitão em homenagem ao oficial militar, seu superior (então Chefe da Casa Civil do Presidente Juscelino Kubitschek), que deu ultimato ao comandante do Exército Alemão, na Segunda Guerra Mundial, o que culminou com a rendição alemã ao Brasil em 08/05/1945.

A ideia desse ginásio surgiu com o entusiasmo do padre Antônio da Silveira Fagundes, pároco local e emérito educador, que contou com o apoio da sociedade brumadense e de abnegados da educação, os quais ansiavam por esse empreendimento para movimentar a cultura municipal.

Os ginasianos, em reconhecimento ao esforço do Cap. Waldir Magalhães Pires para a consecução desse desiderato, nomearam-no patrono do Grêmio Estudantil. O ginásio funcionou inicialmente no antigo casarão pertencente a Dr. Mário Meira, onde posteriormente estabeleceu-se o Supermercado Carvalho.

Em março de 1970, o Ginásio General Nelson de Mello, órgão particular, depois de 12 anos de funcionamento educacional, passou para a administração do Estado, com ensino gratuito. O nome de Colégio Estadual de Brumado (CEB) foi instituído através do Decreto 21.736 de 18/02/1970, publicado no DOE (Diário Oficial) em 05/03/1970, o qual substituiu o nome do General Nelson de Mello, uma incúria irreparável, pois foi uma homenagem do então Capitão Waldir Pires ao General Nelson de Mello de quem era amigo e por quem nutria grande admiração.

O Grêmio Estudantil Waldir Magalhães Pires teve seu nome substituído pelo do estudante Edson Luiz de Lima Couto, morto pelos militares, um estudante paraense, assassinado no Rio de Janeiro, numa época de convulsão social, revolta e protesto contra o golpe militar. Essa injustiça precisa ser reparada para que se dê uma justificativa aos familiares do homenageado. O Grêmio Estudantil foi batizado “Grêmio Estudantil Waldir Magalhães Pires” em homenagem sincera pelo seu trabalho em prol da implantação do ginásio.

O Padre Antônio da Silveira Fagundes contava: “O então Capitão Waldir foi importantíssimo para acelerar o trâmite da documentação do ginásio, pois, como militar, com sua farda de oficial, transpunha barreiras, enquanto eu, ‘homem de saia’ (referindo-se à batina), eles não davam muita atenção”.

Com essa resumida introdução, inicia-se a biografia do Major Waldir Magalhães Pires com a intenção de se fazer uma homenagem póstuma a essa pessoa tão ilustre, que tanto contribuiu para a educação em Brumado-BA.

Waldir Magalhães Pires nasceu na cidade de Barra da Estiva, em 27 de junho de 1918. Era filho de Tranquilino da Silva Pires (fazendeiro) e de Maria Magalhães Pires. Eram seus avós paternos Francisco da Silva Pires e Mariana da Veiga Pires e maternos, Antônio Silva e Brasília Magalhães Silva.

 São filhos de Tranquilino da Silva Pires e Maria Magalhães Pires: Manoel, Dalva, Narciso, Eulália, Zenaide, Yolanda, Elza, Neuza, Walter, Sidney, Almir e Waldir Magalhães Pires. Após a viuvez, Tranquilino teve outros relacionamentos não oficializados: com a professora Durvalice Leite, que lecionava em Sincorá, teve os filhos: Waldomiro e Aroldo; com Carolina Novais, os filhos Clóvis, Enódio e Milton; com Sebastiana Maria de Jesus, os filhos Álvaro, Mauro, Bráulio, Lauro e Laura (gêmeos), Lourdes, Rosália, Nilza e Jesulino.

A fazenda Sincorá foi comprada pelo pai de Waldir, que aí construiu um vilarejo para os ferroviários, pois essa localidade passou a ser ponto da linha férrea (V.F.F.L.B.) inaugurada em 15 de junho de 1927. Com as restrições dos coronéis de Triunfo, Ituaçu, que não permitiram a passagem da estrada, o capitão Tranquilino ofereceu a passagem por suas terras do Sincorá, sem nenhuma exigência legal, pois beneficiava as suas terras com maior meio de comunicação na época, o telégrafo, melhor conforto nas viagens, rapidez nas entregas das malas pelos Correios. Dessa forma o trajeto foi alterado Lagoas dos Porcos (Tanhaçu), Ourives, Bom Jesus dos Meiras (Brumado) até chegar a Monte Azul. A fazenda Sincorá foi vendida em 1937, quando a família se mudou para Salvador.

Desde menino, a sua brincadeira predileta era de cunho militar, uma vocação que preconizava o que viria a ser no futuro, embora outras fizessem parte do seu entretenimento. Waldir distinguia-se pela sua educação: calmo, obediente e educado, qualidades que conquistavam as pessoas.

A infância viveu-a em Triunfo do Sincorá e em Sincorá, localidades onde também estudou o curso primário. Seu pai contratava professores para ensinar naquela região. Waldir tinha o sonho de cursar o ginásio e prosseguir nos estudos até se formar, porém não havia essa possibilidade no lugar e a continuação dos estudos foi adiada. O pai tinha dificuldades em enviar os filhos para estudar em um centro mais adiantado, por circunstâncias da distância dos lugares e do afastamento da família. Só havia essa possibilidade em Caetité ou em outras cidades que ficavam mais distantes, o que o impedia de realizar esse desejo.

Ainda menor de idade, em 1933, órfão de mãe aos dez anos incompletos – sua mãe faleceu de parto, em Sincorá, em 28 de maio de 1928, deixando 12 filhos –, trabalhou como balconista em um armazém que fornecia mantimentos para os garimpeiros que trabalhavam na exploração de ouro em São Bento, hoje cidade de Ibicoara.

Nesse emprego, recebeu elogios dos empregadores, pelo senso de competência e responsabilidade ao substituir o gerente demissionário da Companhia, indo muito além do seu encargo. Um dos chefes da firma, que tinha interesse em pesquisas em São Bento, depois de extinta a atividade em que Waldir trabalhava, convidou-o para um emprego, em Salvador, mas ele declinou do convite. Foi-lhe oferecido outro na casa comercial “A Lâmpada”, mas era seu desejo servir o Exército e cursar o ginasial, o que logo viria a acontecer ao completar a idade requerida. Enquanto aguardava a idade de ingressar no Exército, retornou para o interior, onde lecionou em séries do primário em lugares da sua região com carência de professores.

Trabalhou também, por indicação, nas jazidas de Xisto Betuminoso, em Maraú-BA, depois se mudou para outra mineradora. Naquela localidade, imaginou produzir um livro que se intitularia “Rosamélia”, uma obra de ficção, motivado por interesse pessoal de acrescentar algo à sua vida.

Mais adiante, ingressou na corporação militar em Salvador/BA, provavelmente em 1935, pois em 1936 fez o curso para a primeira graduação de Praça (Termo militar). No Exército, foi à inspeção de saúde com destino a Pernambuco e lá se incorporou. Fez grande sacrifício para estudar, transpôs as barreiras que se colocaram à sua frente e, à noite, cursou o tão sonhado ginásio que, naquela época, durava cinco anos. Em seguida, concluiu o científico.

Fez os cursos de Cabo, 2º e 1º Sargento. Depois, o curso de Educação Física (exerceu esse ramo educacional no meio civil). Preparou-se e foi aprovado no vestibular para a Escola Preparatória de Cadetes, em Porto Alegre-RS.

Promovido de aspirante a oficial no posto de Segundo Tenente, serviu na parte litorânea do país, na vigilância contra submarinos inimigos.  Comandou uma tropa em Guarapari, Espírito Santo, organizando uma rede de informações de toda a costa capixaba e parte da do Rio de Janeiro, conseguindo evitar que dois submarinos inimigos agissem na área.

O Brasil havia declarado guerra contra a Alemanha e a Itália desde 22 de agosto de 1942, tendo em vista o torpedeamento e afundamento dos navios brasileiros Araraquara, Baependi, Aníbal Benévolo, Itagiba e Arará no Oceano Atlântico, nas costas de Sergipe, pelos alemães, fato ocorrido entre 15 e 17 de agosto de 1942, causando a morte de mais de 600 pessoas, provocando um clamor público. Contudo o envio da FEB à Itália só aconteceu em julho de 1944.

No Rio de Janeiro, fez os preparativos e seguiu para a Itália, quando participou da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O Primeiro Batalhão de Infantaria pertencente ao Regimento Sampaio, em que Waldir serviu com espírito destemido, saiu-se vitorioso com o Pelotão de Fuzileiros na Tomada de Monte Castelo, em 21 de fevereiro de 1945 e Montese em 14 de abril. O Regimento Sampaio tinha como objetivo: “não ceder sequer um palmo de terra ao inimigo”. Waldir Magalhães Pires foi um dos heróis nacionais da Segunda Guerra Mundial, na Itália. A maior vitória dos pracinhas na 2ª Guerra Mundial ocorreu na cidade de Monte Castelo, apelidado de “Morro Maldito”.

Nesse duelo bélico que envolveu quase todo o Mundo, o Brasil deu a sua contribuição, enviando a Força Expedicionária Brasileira (FEB), sob o comando do General Mascarenhas de Moraes, que convocou os alistados para aderirem às tropas e irem lutar nos campos de batalha da Itália. Eles foram auxiliados pela FAB, Marinha de Guerra, corpo médico e enfermagem e lutaram em defesa da paz. O Contingente era de 25 mil pracinhas, dos quais morreram 459. Além de Monte Castelo (21/02), Montese (14/04) e outras cidades foram capturadas, e os brasileiros fizerem 20.573 prisioneiros alemães, a maioria da 148 DI, além de integrantes da 90 Divisão Panzer Granadier e de italianos da Divisão Bersaglieri (San Marco e Monte Rosa), foram encaminhados para a região de Ponte Scodogna. Os soldados alemães, formados em filas, depuseram as armas observados pelo pracinhas brasileiros. Posteriormente, foram removidos para os campos de prisioneiros de guerra em Moderna e em Florença, mantidos pelo Exército Norte Americano. A rendição da 148 DI foi finalizada em 30 de abril.

Terminada a guerra em 08/05/1945, o jovem Tenente Waldir regressou ao Rio de Janeiro. Comandantes e comandados recebiam honras e elogios pela vitória da paz, por onde passavam. Waldir foi um herói que se destacou e foi citado por ato de bravura no livro do Marechal Mascarenhas de Moraes.

Sobre o episódio da guerra, Major Waldir Magalhães Pires detalhou com minudências, a bravura dos brasileiros no livro de sua autoria Sangue, Amor e Neve, editados no ano de 1948 e em segunda edição no ano de 1950. Em 1957, fez um filme com o mesmo nome do seu livro, com o apoio do Exército Brasileiro. Registre-se que em Rio de Contas foi encenada sob a direção de Zofir Brasil a peça “O Democrata” de autoria do major Waldir.

Há de se registrar que, para os pracinhas nacionais, habituados ao clima tropical, a neve e o frio foram condições adversas, todavia, com a bravura, com o espírito de coragem com que se houveram, voltaram vitoriosos e orgulhosos de seus feitos.

Em 1940, Waldir Magalhães Pires conheceu Consuelo Arnaud Sampaio, filha de Antônio de Assis Sampaio e Josephina de Arnaud Sampaio, nascida em Nova Lima em MG, em 1º de outubro de 1918, formada em Enfermagem e Obstetrícia pela Faculdade de Medicina da Bahia. Casaram-se no civil em 31 de maio de 1941 e no religioso em 27 de junho do mesmo ano, na cidade de Porto Alegre-RS, data do aniversário do militar Waldir. Após o casamento, ela passou a assinar Consuelo Arnaud Sampaio de Magalhães Pires.

Dessa união, nasceram os filhos: Ubirajara Sampaio de Magalhães Pires (falecido ainda bebê), Ubirajara Luiz de Sampaio Pires, Iaci Waldíria de Sampaio Pires, Márcio José de Sampaio Pires 1956 (Tanzinho).

Iaci Waldíria de Sampaio Pires casou-se com Antônio Pedro Pereira Laranja, natural da Póvoa de Varzim, Portugal. Tiveram os filhos: Pedro Henrique de Sampaio Pires Laranja e Fernanda de Sampaio Pires Laranja, únicos netos do Major Waldir Pires. Ubirajara (Bira) casou-se com Enir do Carmo Alves e, após o matrimônio, a nubente acrescentou ao nome de solteira ‘Sampaio Pires’ do marido.  Não tiveram filhos. Márcio José de Sampaio Pires (Tanzinho) (1963) não se casou.

Waldir formou-se no quinquênio 1949-1953 em Direito pela Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro. Em 1959, trabalhou na Biblioteca do Exército no Rio de Janeiro, dirigida pelo então Coronel Umberto Peregrino, por quem tinha apreço e consideração. Dali afastou-se com sentimento de tristeza, transferindo-se para a DPE (Defensoria Pública do Estado), cujo Diretor era o General João da Costa Braga Júnior. No DPE, usou seus conhecimentos de advogado em algumas questões judiciais a favor do Exército, garantindo a posse de terrenos, como a área da Colônia Militar de Avanhandava, no município de Pereira Barreto-SP, Colônia Militar de Itapura-SP, Fazenda Saican-RS, além de outras causas. Por essa atuação vitoriosa, recebeu amplos e merecidos elogios por parte das altas autoridades militares.

Na mesma Faculdade, fez doutorado no biênio 1960/1961, em que foi brilhantemente aprovado. Após o doutorado, já em 1962, resolveu mudar-se com a família para Brumado-BA, tendo, como uma das razões o desejo de ver seus filhos adolescentes estudarem no GGNM. O filho mais novo, nessa época, cursou o Jardim de Infância com as professoras Sônia e Niete Azevedo. Em 1963, passou para a reserva remunerada e atuou civilmente como advogado.

Seus filhos estudaram no GGNM: Ubirajara concluiu a 4ª série ginasial no ano de 1962 e Iaci cursou, em 1962/1963, respectivamente a 3ª e a 4ª série ginasial. Ubirajara (Bira) ocupou o cargo de presidente do grêmio, e Iaci compôs a letra dos hinos ao ginásio e ao grêmio, sempre incentivada pela mestra da matéria português, Maria Iranilde Lôbo, cabendo ao Professor Érico Dias Lima a elaboração das músicas. Em seguida, deram continuidade aos estudos em Salvador-BA. Em 1965, a família retornou para o Rio de Janeiro, onde os filhos completaram os estudos.

 O Major Waldir, como era conhecido, trabalhou como Oficial do Exército na função de titular da Delegacia Militar de Brumado e foi professor do GGNM. Nessa cidade, recebeu várias homenagens pelo reconhecimento de suas realizações, que o gratificaram de forma inesquecível. Em 1991, recebeu duas homenagens: a primeira, em 7 de setembro, quando desfilou em veículo militar no percurso do evento, sendo saudado e aplaudido por todos, em reconhecimento ao seu valor; no mesmo ano, em 27 de dezembro, recebeu o título de Cidadão Honorário de Brumado, por unanimidade dos vereadores, através Decreto 05/91, reconhecimento que muito o honrou. A cidade o homenageou de forma comovente, na comemoração dos 40 anos de Fundação do Ginásio General Nelson de Mello (turmas 1958-1959), em um encontro realizado nos dias 16 e 17 de janeiro de 1999.

Iaci fez o seguinte depoimento: “Meu irmão Bira dizia que o melhor período da vida dele foi quando moramos na Bahia, em Brumado e Salvador. Amizades que deixaram saudade na lembrança dele e na minha também […]”.

Em 1970, fez o curso de Educação Moral e Cívica sob os auspícios do Ministério da Educação e do Clube Militar, com professores do Magistério do Exército, obtendo a maior classificação.

Em 1983, quando o Major e a esposa foram a Porto Alegre, para participar do centenário do Marechal Mascarenhas, visitaram, a convite, a ASSERS (Associação dos Supervisores de Educação do Estado do Rio Grande do Sul), quando lhe foi solicitado escrever e musicar um Hino para os Supervisores Educacionais.  A obra foi executada e oferecida aos solicitantes, a qual consta do livro Dilema do Ensinante de Zélia Helena Dendena Arnaud Sampaio, membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

FOI ELOGIADO, DE FORMA INDIVIDUAL, CONFORME RESUMO ABAIXO DAS ALTAS AUTORIDADES MILITARES:

·       Em 1959, 2º semestre, do Sr. General João da Costa Braga Jr: “Capitão WALDIR MAGALHÃES PIRES – Este Oficial muito ajudou o cumprimento da minha missão. Leal, estudioso, capaz, especialista em assuntos de Direito, sua colaboração foi das mais úteis. Grande capacidade de trabalho, indicado, por isso mesmo, para as principais missões de ligação com correlatos órgãos administrativos e com os da Justiça, teve nesse Oficial, a Diretoria, grande fator de êxito. O acervo de suas atividades e seus magistrais pareceres atestam o seu valor. Agradecendo-lhe os trabalhos desenvolvidos e a sua leal colaboração, louvo-o pela exemplar atuação e afirmo-lhe a confiança que sempre nele depositei”.

·       1959, 2º semestre, do Sr. Coronel Liberato da Cunha Friedrich: “Por suas funções, tive com este Oficial grande aproximação. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais é um dos elementos mais preciosos da Diretoria. Suas informações e pareceres são de alto padrão profissional, muito tendo feito pela defesa do imenso patrimônio sob a jurisdição do Ministério da Guerra. Inteligente, finamente educado, trabalhador e extraordinariamente cooperador, o Capitão Waldir é, por todas estas razões, merecedor dos meus agradecimentos, assim como do meu incondicional louvor”.

·       1960, 2º semestre, do Sr. Coronel José Pompeu Monte: “Capitão Waldir – Assistente Jurídico da Secção. Prestou valiosa colaboração à minha chefia. Sua atuação se fez sentir, mesmo a distância, já que se deslocou por várias vezes, através do território nacional, em busca de soluções que salvaguardassem os interesses da União e do Exército. Estudioso, atencioso, é um dos elementos indispensáveis à Diretoria do Patrimônio do Exército. Agradeço-lhe e elogio-o pela assistência valiosa e eficiente prestada à minha chefia”.

·       1962, 1º semestre, do Sr. General Raul de Albuquerque, novo diretor da DPE: “O Capitão Waldir é merecedor dos elogios da S/1 como da própria Diretoria onde deu as maiores e melhores provas de sua capacidade nas informações processuais e de natureza jurídica; sempre defendeu os interesses do Patrimônio do Exército, consequentemente da União, da forma mais incisiva e demonstrando os altos conhecimentos que possui neste particular. Deixa nesta Diretoria lacuna difícil de preencher. Por seu interesse, capacidade de trabalho e conhecimentos jurídicos aliados aos sentimentos de disciplina e de camaradagem o Cap. Waldir deixou na DPE traços marcantes de sua passagem”.

·       Na área da advocacia, recebeu, ainda, diversos elogios e louvores como atestam juízes que com ele trabalharam e que fizeram questão de registrar na carteira da OAB palavras de reconhecimento e admiração pela sua competência e honestidade profissional.

MEDALHAS E DIPLOMAS RECEBIDOS:

·       Em 28 de dezembro de 1946, o Presidente da República concedeu a Medalha de Guerra ao 1º Tenente Waldir Magalhães Pires por ter cooperado no esforço da Guerra do Brasil.

·       Medalha da Força Expedicionária Brasileira.

·       Medalha de Guerra do Exército.

·       Medalha de Monte Castelo.

·       Cruz de Combate de Primeira Classe – Medalha oferecida aos que se destacaram por atos pessoais de bravura militar, assim como a Medalha da Cruz de Combate de 2ª Classe premiava a bravura coletiva.

·       Em 20 de agosto de 1947, O Presidente da República concedeu a Cruz de Combate de Segunda Classe ao 1º Tenente Waldir Magalhães Pires, como comandante de Pelotão de Fuzileiros […] mostrando esse jovem oficial qualidades indispensáveis e exemplo de bravura pela tomada de Monte Castelo.

·       Em 17 de dezembro de 1948, O Presidente da República concedeu a Medalha de Campanha ao 1º Tenente Waldir Magalhães Pires, como integrante da Força Expedicionária Brasileira, participando de operações de guerra na Itália.

·       Em 4 de junho de 1986, o Conselho Deliberativo da Associação Nacional dos Veteranos da FEB conferiu a Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes ao veterano Waldir Magalhães Pires, pelos relevantes serviços prestados.

·       Pertenceu à Associação Nacional dos Veteranos da FEB (Força Expedicionária Brasileira) e à Associação dos Ex-Combatentes do Brasil.

·       Waldir Pires está incluso no DICIONÁRIO DE AUTORES BAIANOS, editado em 2006, no Governo de Paulo Souto pela Secretária de Cultura e Turismo, conforme consta nas páginas 275 e 276.

Além do Romance Sangue Amor e Neve, escreveu o drama O Democrata (peça teatral) exibido em Brumado em 1964, com a participação de pessoas locais, A Cruz na Floresta, obra romanceada dos primórdios do Brasil e o romance Maria Felicidade.

Foi poeta, compositor, ensaísta, escritor. Na poesia, a sua melhor forma de expressão era o soneto: 7 de SetembroNossa Bahia, publicado no jornal Diário da Tarde em 1º de julho de 1971 em comemoração ao 2 de Julho, Primavera no Sertão, dentre outros. Esses sonetos foram publicados em jornais e declamados em ocasiões cívicas e festivas. O ensaio filosófico O homem e Seu Fim Último foi publicado na revista O Febiano.

Na música, seu instrumento favorito era o violão, o qual dedilhava com perfeição e destreza. Compôs hinos, valsas e marchas que continuam a ser apresentados por corais do Rio de Janeiro. Fazia um duo notável com sua esposa Consuelo, exímia tocadora de bandolim. Juntos executavam várias músicas, tanto do cancioneiro popular como de sua própria autoria, além de composições musicais de seu sogro, Maestro Antônio de Assis Sampaio, natural de Barreiras-BA.

Em 19 de março de 2001, Antônio Novais Torres dirige-se à Sala das Sessões da Câmara de Vereadores de Brumado e solicita ao Presidente da Câmara, Vereador José Luiz Alves Ataíde, Moção de Pesar ao Major Waldir Magalhães Pires pelo seu falecimento ocorrido em 24 de dezembro de 2000. A solicitação foi atendida e votada por unanimidade dos vereadores em 5 de abril do mesmo ano.

 Na oportunidade, o Presidente da Câmara enalteceu as qualidades do Major como militar, advogado, poeta, compositor, ensaísta, escritor e professor. Referenciou-o como figura humana, querido e respeitado por todos, superiores, subalternos e amigos. Na ocasião, o vereador assim se expressou: “Os grandes homens deixam marcas indeléveis por onde passam, assim foi a vida do Major Waldir Magalhães Pires, que deixou gratas lembranças por onde passou, deixando gravado o seu nome em Brumado […]”.

Em sua homenagem, a Prefeitura de Barra da Estiva, através da Lei nº 025 de 23 de dezembro de 2008, em seu artigo 1º reza o seguinte: “O Centro Educacional situado na Rua Manoel Cardoso Ribeiro, Distrito de Triunfo do Sincorá, Município de Barra da Estiva-BA passará a ter a seguinte denominação: CENTRO EDUCACIONAL MAJOR WALDIR MAGALHÃES PIRES”. Na solenidade, a Escola Pública Municipal, com ensino infantil e fundamental, contou com a presença de populares, autoridades municipais e familiares do homenageado.

Declarações de Jair Cotrim Rizério, amigo do Major Waldir Pires e de seus familiares: “Foi fundamental, decisiva, a participação do fraternal, saudoso e querido amigo Major Waldir no êxito do ensino secundário na querida Brumado. E o “Herói de Monte Castelo” comemora, na Eternidade, os 70 anos da vitória dos aliados sobre o Eixo, quando a “cobra fumou” diante da tragédia do nazi fascismo!”.

Em outro pronunciamento, a nosso pedido, Jair Cotrim Rizério citou: “O herói de Monte Castelo, Ten. Waldir Pires, bem a merece!” E complementou: “Em 1964, foi Paraninfo dos formandos da 1ª turma do Curso Pedagógico Dr. Pompílio Leite, anexo ao Ginásio General Nelson de Mello, de Brumado. Ele teve valiosa participação na criação desse curso. […] O nome do Dr. Pompílio foi proposto à Fundação Educacional de Brumado pelo ilustre biografado”.

Waldir Magalhães Pires faleceu em 24 de dezembro de 2000, com 82 anos de idade, no Prontocor no Rio de Janeiro. Foi inumado no cemitério Inhaúma-RJ. Os restos mortais com o apoio da ANVFEB – Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – serão trasladados para o Mausoléu da FEB, situado no cemitério de São João Batista, em Botafogo/RJ.

Sua vida foi exemplo de patriotismo, lealdade, honradez, amizade, justiça, coragem e bondade. Iaci, em homenagem ao pai, por amor e dedicação, produziu a seguinte poesia em RJ/ 1983:

MEU PAI

Conheço um homem sábio e prudente, /Modelo de virtude e discrição, /Ama a modéstia, verdadeiramente, /E é todo força e abnegação. //Sua vida é plena de valores natos, /Valores estes dos quais mui me ufano, /Sigo o exemplo bondoso de seus atos/E me torno melhor de ano a ano. //Soldado corajoso e combatente/Mostrou, na Itália, todo o seu valor/Ao enfrentar, sem medo, o inimigo. //Sabedoria invulgar, missão valente, /Vida plena de luz e de amor, /Meu pai, meu grande herói, meu bom AMIGO!

Os dados para a composição desta biografia foram fornecidos por Iaci Waldíria de Sampaio Pires Pereira (filha do biografado) e pelo senhor Jair Cotrim Rizério, aos quais agradecemos a contribuição.

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