redacao@jornaldosudoeste.com

Nova Indústria Brasil, um ano: Missão 6 tem R$ 112,9 bilhões para tecnologia de defesa

Publicado em

WhatsApp
Facebook
Copiar Link
URL copiada com sucesso!

Nova etapa do NIB conta com R$ 79,8 bi de investimentos públicos e R$ 33,1 bi do setor privado. Missão quer garantir ao Brasil 75% de domínio tecnológico no setor até 2033

Por Agência Brasil

Em evento que marca um ano da Nova Indústria Brasil (NIB), o Governo Federal lança, nesta quarta-feira (12), as metas da Missão 6, focada em tecnologias estratégicas para a soberania e defesa nacionais. Com investimentos públicos e privados de R$ 112,9 bilhões, a missão busca ampliar o domínio brasileiro em áreas como radares, satélites e foguetes.

O lançamento conta com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e representantes do governo federal, da sociedade civil e do setor produtivo.

Para o vice-presidente Geraldo Alckmin, a Missão 6 da NIB vai impulsionar o investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&DI), dando mais competitividade à indústria nacional. “A indústria da defesa é fundamental para o desenvolvimento de tecnologias de ponta, que também podem ser aplicadas em serviços para o nosso dia a dia, como o GPS. Com a Nova Indústria Brasil, vamos fortalecer a indústria nacional e ampliar o potencial brasileiro sobre tecnologias de alto nível, aumentando a competitividade dos produtos no mercado internacional”, avalia Alckmin, que cita o KC-390, da Embraer como exemplo.

Estratégicas para a indústria nacional, as exportações de produtos de defesa têm se destacado nos dois últimos anos. Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,8 bilhão em produtos de defesa, um aumento de 22% em relação a 2023. No ano anterior, as exportações haviam somado US$ 1,5 bilhão, representando um crescimento expressivo de 123% em comparação a 2022.

Investimentos

A Missão 6 conta com R$ 112,9 bilhões em investimentos, sendo R$ 79,8 bilhões de recursos públicos e R$ 33,1 bilhões do setor privado. Os investimentos públicos incluem o PAC Defesa, com R$ 31,4 bilhões para projetos como o caça Gripen, o avião cargueiro KC-390, viaturas blindadas, fragatas e submarinos.

A Finep também investe em projetos estratégicos, como o reator multipropósito brasileiro e o foguete de decolagem para veículos hipersônicos, com R$ 4,2 bilhões já investidos e previsão de mais R$ 331 milhões. O BNDES e o Banco do Brasil já apoiaram as exportações do setor com mais de R$ 23,75 bilhões, e o BNDES projeta mais R$ 20 bilhões em apoio até 2026.

Já o investimento privado de R$ 33,1 bilhões será dividido entre os setores aeroespacial e defesa (R$ 23,7 bilhões), nuclear (R$ 8,6 bilhões) e segurança e outros (R$ 787 milhões). No evento, a Finep e o BNDES assinarão contrato com a Embraer para projetos de inovação no setor.

No total, a indústria brasileira já conta com R$ 3,4 trilhões em investimentos públicos e privados. O investimento público é de R$ 1,1 trilhão, incluindo recursos do Plano Mais Produção (P+P), braço de financeiro da NIB, e de programação relacionados, como o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica. Já o setor produtivo anunciou R$ 2,24 trilhões no fortalecimento da produção nacional nos próximos anos.


Balanço de um ano

A Nova Indústria Brasil (NIB) completa um ano impulsionando a indústria nacional, com avanços expressivos em investimentos, inovação e geração de empregos, em uma parceria entre governo federal, sociedade civil e setor produtivo. Ao todo, são R$ 3,4 trilhões em investimentos públicos e privados, nos segmentos da agroindústria, automotivo, bioeconomia e energia renovável, construção civil, indústria da saúde, papel e celulose, siderurgia e defesa, aero e nuclear.

Lançada em 22 de janeiro de 2024 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, a política industrial já apresenta avanços significativos, como crescimento de 3,1% da produção industrial, de 9,1% do setor de bens de capital, de 3,5% do setor de bens de consumo, sendo de 10,6% de bens de consumo duráveis.

Com a mobilização de instituições financeiras, o Plano Mais Produção – considerado um dos grandes avanços da NIB – alavancou R$ 507 bilhões para projetos industriais até 2026.  Para se ter ideia dos ganhos que a Nova Indústria Brasil vem tendo, no último ano o P+P registrou um aumento de recursos em 69%, na comparação do total previsto com os R$ 300 bilhões anunciados no dia do lançamento da NIB, em janeiro de 2024. Esse salto é resultado da participação dos novos parceiros Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste, que se juntaram ao BNDES, à Finep e à Embrapii no financiamento da política industrial.

Vale destacar que, do total dos investimentos, R$ 384,4 bilhões já foram aprovados entre 2023 e 2024.

Para financiar projetos inovadores, como produção de motores elétricos mais eficientes e fábricas de medicamentos, o P+P conta com o Mais Inovação Brasil. Essa linha de financiamento conta com R$ 80 bilhões da Finep, do BNDES, da Embrapii e do BASA, com recursos reembolsáveis e não reembolsáveis.

A NIB também agrega diversas iniciativas para estimular a indústria nacional, a exemplo do programa Brasil Mais Produtivo, que destina R$ 2 bilhões para transformação digital de micro, pequenas e médias indústrias; o Mover (Mobilidade Verde e Inovação), que estimula a sustentabilidade na cadeia automotiva; e o Depreciação Acelerada, para renovação do parque industrial brasileiro.


Missão 6: metas e prioridades

Os recursos vão abrir caminho para o Brasil fortalecer as três cadeias prioritárias da Missão 6, anunciadas pelo ministro Geraldo Alckmin no evento: satélites, veículos lançadores e radares. Esses setores foram definidos com base na existência de capacidades locais construídas, potencial de geração de exportações de alta intensidade tecnológica e de geração de empregos qualificados.

As metas da Missão 6, definidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), são alcançar 55% de domínio das tecnologias críticas para a defesa até 2026, e 75% até 2033. Atualmente, o Brasil domina 42,7% das tecnologias críticas, definidas a partir de lista de 39 projetos estratégicos de PD&I de tecnologias críticas definidas pelo o MDIC, os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Finep e a Agência Espacial Brasileira.

Nas próximas semanas, o CNDI vai realizar encontros nas próximas semanas para aprofundar as discussões sobre as cadeias produtivas prioritárias das seis missões da NIB.

Foto: Agência Brasil

Deixe um comentário

Jornal Digital
Jornal Digital Jornal Digital – Edição 746