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Uma homenagem de impacto no Dia Internacional da Mulher

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O dia 8 de março lembra a luta feminina por direitos. Historicamente, as mulheres batalham para conquistar espaços políticos, civis e sociais. Nesse dia, proponho um olhar sobre uma luta que também precisa avançar e tem tudo a ver com direitos: a luta pela chance de viver, enfrentada anualmente por mais de 60 mil mulheres diagnosticadas com câncer de mama. Esse tipo de câncer, que oferece até 90% de chance de cura, ainda é o que mais mata mulheres no Brasil, sendo responsável por aproximadamente 20% dos casos de câncer em nosso país – quase 60 mil diagnósticos anuais de acordo com o INCA.

Para virar esse jogo, é fundamental que se reconheça a necessidade de garantir acesso a diagnóstico rápido e tratamento adequado. As mulheres precisam ter seu direto à saúde garantido, implicando no bem-estar físico, emocional e mental, e cuja conquista passa pela assistência plena de acordo com à condição de cada uma. Graças a um sistema de saúde subfinanciado e de atenção fragmentada, os pacientes de câncer, além da doença, sofrem com atrasos no atendimento, falta de medicamentos, controle de dor etc. Mas esse problema não pode continuar sendo somente do paciente e de seus familiares, é um problema atual e de toda a sociedade. Se considerarmos que o risco de câncer de mama (e de próstata) aumenta com a idade e estamos vivendo mais e mais, esse é um problema social e, sem dúvida, transforma-se em pauta política.

Sob uma perspectiva econômica, de acordo com pesquisa publicada no periódico “Cancer Research Epidemiology”, a morte de cada mulher para o câncer de mama ocasiona a perda de R$ 145 mil para o Brasil. O cálculo leva em consideração a renda média das profissionais, a média de anos que deixam de ser trabalhados e com quanto essas mulheres poderiam ter contribuído economicamente se estivessem empregadas até o fim da carreira, sem considerar pessoas em idade de aposentadoria. O montante da perda calculado é muito superior ao custo investido no tratamento dessas pacientes, que, aliás, aumenta conforme a doença se encontra em estágios mais avançados, condição normalmente associada ao diagnóstico tardio. Dados do Observatório da Oncologia apontam para um investimento de R$ 11.373 por paciente com câncer de mama pré-menopausa e R$ 49.488 nos casos pós-menopausa. Nas fases mais avançadas (estadiamento III), esses números chegam a R$ 55.125 (pré-menopausa) e R$ 93.241 (pós-menopausa).

Em suma, é preciso refletir sobre essas transformações e efetivamente prevenir os cânceres que podem ser prevenidos, ter a chance real de curar aqueles que forem curáveis e controlar os que não puderem ser curados. Uma forma de fazer isso acontecer é por meio do compartilhamento de informações e do debate com as instituições governamentais aliadas ao terceiro setor.

Em 2017, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) reuniu lideranças políticas femininas – entre governadoras, prefeitas, deputadas, vereadoras e primeiras-damas estaduais e municipais – para trabalharem em parceria com ONGs de apoio às pacientes em suas regiões. Deste encontro, nasceu o Documento Orientador de Enfrentamento ao Câncer da Mulher, que propõe frentes de trabalho para combater a doença e que é lançado neste dia 8. A FEMAMA acredita que é esse tipo de homenagem que as mulheres merecem na data a elas dedicada.

O nosso objetivo é seguir fomentando de forma incisiva a criação de ações locais que auxiliem na ampliação de acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer. Fruto da parceria entre o terceiro setor e lideranças políticas, esse trabalho é pensado por mulheres para mulheres, visando corroborar para condições mais humanas e efetivas na assistência em saúde.

Por isso, neste Dia Internacional da Mulher, convido a todas as mulheres e lideranças governamentais para lutarem por uma saúde melhor. A partir de 8 de março, o Documento Orientador estará disponível em nosso site (www.femama.org.br/conferenciasnacionais) para apontar caminhos e inspirar a todos que acreditam que nenhuma brasileira deveria morrer por falta de diagnóstico e tratamento. Juntas, temos o poder de salvar milhares de vidas.

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