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Como as repúblicas marítimas da Itália influenciaram o Brasil?

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Por Roberto Chacon de Albuquerque*/ Via LC Agência de Comunicação

Em plena Idade Média, Veneza, Gênova, Pisa e Amalfi dominaram o comércio no Mediterrâneo, deixando um legado duradouro que transcende gerações.

Fundado em Gênova, em 1407, o Banco de São Jorge foi uma das primeiras instituições financeiras do mundo e funcionou até 1805, por mais de 4 séculos. A própria palavra banco teve origem na Itália: banqueiros italianos usavam mesas para realizar suas transações financeiras, e essas mesas eram chamadas de bancos. O termo acabou sendo utilizado para designar estabelecimentos financeiros como um todo.

Foram as repúblicas marítimas italianas também que criaram a letra de câmbio, o seguro marítimo, o contrato de comenda, mediante o qual o investidor (capitalista) financiava expedições marítimas em troca de uma parte dos lucros, e o método das partidas dobradas. Com este, cada transação é registrada duas vezes, uma vez como débito e outra como crédito. Uma inovação simples e brilhante que permite um controle contábil mais preciso das finanças e facilita a tomada de decisões. O Brasil, por exemplo, é herdeiro dessas inovações das repúblicas marítimas italianas.

Garantindo a continuidade da cultura clássica, o editor veneziano Aldo Manúcio imprimiu pela primeira vez inúmeras obras de autores gregos e latinos. Além disso, criou o tipo itálico e o livro de bolso, tornando a leitura mais acessível e popular. As edições de Manúcio influenciaram gerações de estudiosos e leitores no Brasil, garantindo a continuidade do interesse pela cultura clássica.

As repúblicas marítimas também valorizavam a educação e a cultura, patrocinando artistas. Isso levou a um florescimento cultural e científico ímpar que se espalhou por toda a Europa, influenciando o Renascimento. Em Veneza, Ticiano e Tintoretto aprimoraram a técnica da pintura a óleo, o que permitiu a criação de obras com cores mais vibrantes e detalhes mais precisos. Palladio revolucionou a arquitetura com seu estilo clássico e elegante, tendo inspirado gerações de arquitetos no Brasil.

Ao compreender o legado das repúblicas marítimas italianas para o Brasil e para o mundo, podemos entender melhor o presente e construir para todos nós um futuro mais próspero.

* Roberto Chacon de Albuquerque é professor universitário e autor do livro “As Repúblicas Marítimas Italianas: de Roma a Veneza”.

Foto: Freepik

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