Por Luiz Carlos Amorim*
Este verão está se revelando um dos mais quentes, até porque tem chovido pouco, pelo menos por aqui. Ao contrário deste verão e do anterior, os inícios de ano sempre foram de muita chuva, tanta que tivemos grandes tragédias aqui em Santa Catarina e em outros estados brasileiros. Este ano não foi diferente, não tanto em Santa Catarina, mas também. Os calorões extemos vêm, não dá trovoada e chove no final da tarde, como antigamente. Então quando a chuva vem, vem tudo de uma vez. Nas últimas temporadas temos tido calor cada vez maior e menos chuva e quem veio passar as férias aqui em Florianópolis deu-se muito bem se queria torrar no sol. Mas a verdade é que alguns turistas foram embora antes do tempo, porque faltou água nas torneiras e tivemos várias praias impróprias para o banho.
Pois o sol inclemente deste verão fez estragos também no meu jardim e algumas plantas morreram. Minha “plantação” de morango quase que não sobreviveu ao sol escaldante, que andou por volta de quarenta graus, apesar do cuidado que eu tinha, regando pela manhã e à noitinha. Alguns pés de morango esturricaram no sol e tive que replantar para ter morangos no próximo inverno. As mudas que dão nos pés de morango foram replantadas, mas o sol torrou tudo. Mas em contrapartida, meus dois pés de araçás carregaram no início do verão e eu colhi muita fruta desde dezembro. E os pequenos pés de araçá continuam produzindo, tanto que estão com muita fruta verde, ainda, para amadurecer nos próximos dias, enquanto eu colho as maduras e me delicio com a sua doçura. Pois quanto mais sol, mais doce o araçá fica. Então, para mim não tem sido tão ruim o calorão e a seca, pois mesmo não curtindo mais a praia como em outros tempos idos, pude comer muito araçá, fruta que eu gosto muito e que a gente não encontra no supermercado.
Por outro lado, com um calor tão forte, tive que ficar mais no ar condicionado e isto fez com que meu pé e minha perna não inchassem. Explico: Tive um acidente com um elevador, há oito meses e meio e quebrei o calcanho esquerdo e a perna esquerda. De maneira que estou meio biônico, com haste de metal na tíbia, haste e placa na fíbula – por fora do osso, que ele é mais fino e muito parafuso. E já estou andando um pouco, o que impacta mais sobre os quebrados, pois faz tempo que eles não suportam todo o meu peso. Também o calcanho do pé esquerdo está recheado de placa e parafusos, e isto vai demorar a ficar bom, então com o calor incha e, se incha, dói mais. Como o calorão me obrigou a usufruir mais do ar condicionado, meu quebrados não estão muito inchados. Menos mal.
Prefiro os nossos verões não tão chuvosos, mas bem que este podia ser menos quente. Precisamos cuidar melhor do nosso meio ambiente para que haja um equilíbrio maior das forças da natureza.
*Luiz Carlos Amorim: Escritor, editor e revisor, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 44 anos de trajetória. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br