Nos momentos de fortes mudanças sociais, trabalhistas, previdenciárias e tantas outras é sempre bom reforçar pontos que não podemos perder de vista: a preservação da dignidade humana é o mais importante deles.
Notamos o crescente número de pessoas dormindo nas ruas, revirando lixos em busca de alimentos e sobretudo pedindo ajuda nas esquinas da vida.
Precipitar mudanças de curso será um grande acerto, pois sabemos que um barco ancorado no porto está seguro, mas não é para esta finalidade que os barcos são feitos.
No fundo, não é de suporte pontual que o necessitado se socorre, ainda que não tenha plena consciência, ele ou ela pede apoio emocional, pede esperança por dias melhores.
A desqualificação para o mercado de trabalho tem levado a invisibilidade de muitos homens e mulheres em idade altamente produtivas. Forma-se então um segmento marginal da sociedade, que tem sua dignidade aviltada e não respeitada em seus aspectos mínimos.
Uma das grandes apostas é tornar as pessoas mais resilientes e prepará-las para uma certa invulnerabilidade, que lhes permita resistir as situações adversas.
Por meio da linguagem devemos reforçar, dia a dia, que não podemos retroceder um único milímetro no esforço de fazer valer valores sagrados para todos os povos. Lembrando que a fala e o texto escrito podem trazer o injusto e o inconveniente. Nesse sentido, lutemos pelo justo e pelo conveniente ao maior número de pessoas.
Para compreender os fenômenos sociais em ação, é necessário mudar de perspectiva: não mais apenas criticar, explicar, mas compreender, admitir e com os recursos e as circunstâncias disponíveis trilhar melhores caminhos. Nesse cenário, devemos preservar os benefícios da diversidade e ao mesmo tempo usufruir das vantagens da unidade como humanos dignos, livres, responsáveis e, consequentemente, solidários. Como o barco não foi feito para ficar no porto, também não fomos para sermos tratados de forma indigna. Simples assim!