Ele chegou e falou a sua verdade.
Contou todos os detalhes daquele dia, cada um de seus passos, para onde fora, com quem fora, o que fizera.
Nada escondeu.
Deu detalhes minuciosos.
Ao final, perguntas.
Muitas delas vieram de todos os lados.
Ele respondeu a todas com coerência.
Não se contradisse em nada.
Não desmentiu nenhum detalhe do que tinha colocado em seu depoimento.
As perguntas cessaram.
Ao final, o silêncio é quebrado com o seguinte questionamento vindo daquele que dirigia a reunião:
“Alguém aqui acredita nesse Moço? Existe ao menos uma pessoa capaz de se levantar e declarar publicamente que acredita em cada uma de suas palavras?”
Ouviu-se um silêncio ensurdecedor até que, lá no fundo, em um cantinho que parecia estar desocupado, uma senhora colocou-se em pé e, com uma voz forte e firme, declarou:
– Eu acredito em seu testemunho. Acredito em cada uma de suas palavras e sei que, mesmo todos vocês duvidando, o que diz é verdadeiro.
Um burburinho de incredulidade percorreu o auditório.
“A senhora sabe quais os procedimentos a serem adotados por quem acredita em uma pessoa nessa situação?”
– Sei. Claro que sei e estou disposta a fazê-lo.
O auditório se agitou mais que na primeira vez.
O silêncio só foi restabelecido quando perceberam que a senhora de voz forte e firme queria falar algo mais:
– Rapaz, estou aqui, diante de todos, confessando que acredito em seu testemunho. Por acreditar em você, responsabilizo-me, a partir de agora, pelo seu bem estar. Acredito que esteja se perguntando o motivo de minha atitude, e eu vou contar: eu sei exatamente os caminhos pelos quais você foi ensinado, sei quem foram as pessoas que te guiaram e orientaram ao longo da vida. Conheço também os motivos pelos quais eles hoje não estão aqui. Por isso, vamos embora, eu acredito em você e, a partir de agora, você também pode sempre acreditar em mim.
A senhora deu o braço ao seu neto, que procurara por mais de 15 anos, e foi embora ser guardiã daquele que sempre amara.