Quando convidei minhas daminhas e pajens para fazerem parte do meu grande dia, a maioria ainda nem andava.
“Você é louca. Esses meninos são muito pequenos, eles vão te fazer é raiva.”
E eu, na maior calma do universo:
“O que eles fizerem será lindo.”
Lógico que junto aos pequenininhos convidei também uma daminha experiente:
“Livinha, você vai por último e não deixa ninguém voltar.”
Ela, do alto dos seus sete anos:
“Pode deixar tia. Eu tenho muito jeito com crianças pequenas, não vou deixar que ninguém volte.”
De vez em quando, eu falava com uma das mães:
“Nossa gatinha já está andando?”
E ouvia na maior tranquilidade da Terra:
“Ainda não, mas tá quase!”
Muito antes do mês do casamento chegar, já estavam todas andando.
Até que, num dia, recebi um telefonema:
“O vestido dela está pronto, as passagens compradas – essa veio de São Paulo- mas eu duvido que ela entre. Na hora ela vai gritar, chorar e não vai entrar.”
E eu:
“Mas e se você mostrar lá da frente uma coisa que ela goste muito?”
“Menina, só se eu mostrar os peitos. Só olhando pra eles que ela sai em disparada.”
Eu dei risada e continuei acreditando.
O caminho que eles deviam percorrer era realmente longo. Mais de 30 metros de corredor.
Para a maioria, completamente desconhecido.
Mas eles foram.
Lindos.
Cada um foi um show à parte.
Teve menininho que voltou no meio do caminho, menininha que entrou dançando e, por fim, sentou-se e ficou olhando seu reflexo na passadeira, menininha que chorou e realmente não entrou e quem não queria, não queria e, depois, foi lindamente.
Mas, de verdade, foi um espetáculo.
Colocar crianças assim tão pequenas é o risco mais feliz que as noivas correm.
Elas podem fazer tudo que você e a mãe planejaram ou simplesmente improvisar do começo ao fim.
Quem recebe o improviso, garanto a você, tem a festa mais feliz.