Passei os últimos dias bordando corações.
Pequenininhos, singelos.
Um quadradinho na base, três logo acima. Depois uma fileira com cinco quadradinhos seguida por duas de sete. Por fim, dois quadradinhos a partir do segundo da última fileira, pulo um, faço mais dois.
Pronto!
Fiquei pensando até em abrir um empreendimento:
“Faço corações sob encomenda.”
A pessoa me encomendaria o que queria ter no coração e, enquanto a linha vermelha ia e vinha nesses poucos pontos, eu ia colocando dentro deles tudo que havia sido encomendado.
Já pensou?
Nesse pequenininho, caberiam poucas coisas, afinal são apenas 27 pontos e, como cabe apenas uma coisa em cada ponto…
Mas eu poderia fazer corações maiores…
Grandes quadros, almofadas, peças gigantescas onde, em cada uma das cruzadinhas do ponto chamado cruz, poderia colocar uma coisinha que faria a completa diferença na vida de quem o recebesse.
Imagine você!
Eu ia ficar rica, milionária!
Aí, Você que, não vê o próprio umbigo e enxerga com lente de aumento os defeitos que não são seus, começa imediatamente a pensar assim:
“Aaa se você realmente abrisse esse empreendimento e o que colocasse em cada um dos pontos passasse a fazer parte da pessoa que recebesse o coração, eu encomendaria um para Fulano. Ele precisa
tanto de um coração que tenha mais amor, mais compaixão, mais…”
Não!!!
Para, velho!
Deixa a vida dos outros quieta!
Como você é futriqueiro.
Olhe pra você.
Vasculhe o seu coraçãozinho e veja se ele precisa de reforma.
Vai ver está tão detonado que reforma não vai adiantar.
Tem de ter outro mesmo!
Difícil de admitir, né?
Também acho.
Mas, às vezes, se faz necessário.
Pensa aí e me conta: será que eu teria sucesso no meu empreendimento?
Será que, se eu fizesse corações onde conseguisse colocar todos os sentimentos bons que as pessoas precisam gostariam de ter, eu alcançaria êxito?
Talvez eu não saiba como fazê-lo, mas quem inspirou o nome do ponto tem a resposta, pode acreditar!