Como já o dissemos em outro ensaio, entramos e saímos da vida sem dela jamais nos apartarmos. A vida estua pujante em todos os sentidos e de todas as formas, ensejando-nos valiosas oportunidades de crescimento moral e intelectual. A todo momento nos deparamos com adversidades mil, mas também com situações que nos levam a episódios ditosos, os quais representam verdadeiro bálsamo para as nossas almas, sequiosas do lenitivo necessário para suavizar a carga e o fardo por demais pesado que carregamos nesse nosso périplo evolutivo.
Ante cada infortúnio que se nos apresenta, cabe a reflexão prudente, serena e desafiadora, a fim de se tentar solvê-lo e/ou suplantá-lo, esquecendo sempre do imediatismo, tão característico do nosso espírito pueril e leviano – ínsito da nossa condição de viajores à caminho da Luz -, já que tudo apresenta seu tempo na medida certa para cada aprendizado. Afinal, nada acontece ao acaso, o qual simplesmente inexiste, pois tudo tem um porquê e uma finalidade em nossas vidas.
Nesse contexto, o suicídio não nos livrará dos nossos problemas, pois o traspasse apenas nos levará a uma outra dimensão, a qual, dependendo das circunstâncias, poderá se nos revelar uma realidade muito mais complexa daqueloutra ensejadora do autocídio praticado. Enquanto na indumentária carnal estivermos, experienciaremos, inevitavelmente, situações que requererão cautela e reflexão acurada para optarmos pela melhor e mais sensata escolha, a fim de lograrmos êxito na consecução dos nossos objetivos e intentos.
Profissões há cuja incidência de episódios de suicídio são numerosos, em razão da lida difícil e conflitante. A Policial Militar (PM) é uma delas – como sói acontecer com várias outras de idêntica complexidade -, já que incontestáveis são os problemas e ocorrências atendidos no nosso campo de atuação, este demasiadamente complicado, já que, via de regra, acorremos à “escória social”, sempre crescente nos países em desenvolvimento, como o Brasil, em razão, principalmente, da gritante desigualdade social, a qual concorre, mais e mais, para aumentar o fosso que separa as classes do tecido social.
Desta forma, entendemos que urge a necessidade de se traçar políticas públicas voltadas à identificação de problemas deste jaez – o que não representa tarefa fácil, bem o sabemos -, direcionadas às profissões propensas à prática do suicídio, mormente a PM, como medida preventiva, a fim de se concorrer para uma sensível diminuição de ocorrências desta natureza, através das quais as Corporações do país vêm perdendo grande parte daqueles que compõem as suas hostes já bastante diminutas.