Talvez nunca na história política brasileira um presidente foi tão rejeitado politicamente, como se encontra nessas condições o atual chefe da nação, Michel Temer. Deveras que os grupos políticos que coordenaram o golpe de Estado, que provavelmente não chegariam ao poder em curto prazo através das urnas, em face das propostas do projeto que vinham propondo para os brasileiros, não tiveram a dimensão da incapacidade para governar de Michel Temer.
Michel Temer como se sabe sempre foi um articulador de partido, mas nunca um administrador de condições políticas das quais assumiu a responsabilidade. Em condições das urnas a última vez que o mesmo se colocou a disposição dos eleitores tinha sido em 2006, e teve somente seu mandato de deputado federal garantido na época através do coeficiente eleitoral, provando exatamente que ele não era nem mesmo bom de urna.
Assumiu o poder para representar exatamente as forças políticas que em condições constitucionalmente legais completavam quatro eleições seguidas sendo derrotadas exatamente para as forças de esquerda, mas não tinha a dimensão exata do que representa ser o coordenador de um projeto político para uma nação do tamanho do Brasil. Temer assumiu o poder porque era o vice-presidente, mas não porque tinha em mente um projeto político que fosse o contraponto ao governo coordenado pelo petismo. E nisso, ele se revelou pequeno e sem condições normais de ser apenas um administrador da coisa pública.
Além de não ser um bom administrador como as premissas foram se aclarando, Temer também enganou a todos que acreditavam no discurso de que ele era um grande articulador político. Ledo engano! Um articulador, como inclusive em determinado momento Dilma Rousseff acreditou e o colocou na interlocução com o Congresso, não estaria nem mesmo sentindo o cheiro de tanta incapacidade para administrar a política como coisa em si.
Michel Temer se tornou o político provavelmente mais rejeitado da história da política brasileira, porque ele é um engodo como homem público, tanto que continua na ilusão de que governa, mantendo em torno de si uma equipe de governo totalmente desmoralizada politicamente, e tentando convencer aos brasileiros de que ele é o único ingênuo da história. E pelo andar da carruagem vai sair do governo numa solidão política tão cruel, que ficará na história como o único político que não teve ao final de seu malgrado governo apoio de ninguém, nem da imprensa tradicional, nem do judiciário, nem do legislativo, nem dos membros do Poder Executivo e nem do povo. Triste fim para o homem fraco por trás do paletó!