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Ensino brasileiro sem Literatura Portuguesa

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Mais uma joia do governo brasileiro em prol da já combalida educação que é oferecida por aqui: o MEC – Ministério da Educação, eliminou a obrigatoriedade do estudo da Literatura Portuguesa na Nova Base Nacional Curricular Comum, que deve ser colocada em prática a partir de junho próximo. A nova pérola não é aprovada por educadores, pois significa mais um golpe, mais um retrocesso no ensino de qualidade bem aquém do que o esperado e merecido pelos cidadãos deste nosso Brasil, cada vez mais corroído pela corrupção e pela impunidade.

Autores como Luís Vaz de Camões, Gil Vicente, Fernando Pessoa, Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Almeida Garrett ou José Saramago deixam de ser obrigatórios. E no Brasil, se não é obrigatório, não precisa mais ser lembrado. Outro dia, em uma discussão com amigos, falávamos da não obrigatoriedade da leitura dos clássicos portugueses nas nossas escolas e de como isso significa que nunca mais eles serão sequer mencionados.

"A proposta beira o absurdo. Como se pode apagar Portugal e a Europa de nossas origens? Tirando do mapa? Será que mais uma vez a seleção de conteúdos foi contaminada por um viés político e ideológico anacrónico? Já que Portugal teria sido uma metrópole colonialista europeia que explorou as riquezas de suas colônias e escravizou populações negras e indígenas na América e na África, agora seria a vez de dar voz à cultura dos oprimidos, em detrimento da Europa elitista e opressora?", perguntaram-se em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo dois professores universitários brasileiros, Flora Bender Garcia e José Ruy Lozano, indignados com a decisão.” (DN, Lisboa)

Não podemos negar a importância da literatura portuguesa na memória e na vivência dos brasileiros. Temos grandes escritores brasileiros porque o passado, o primórdio da nossa literatura é a literatura portuguesa. Como então apaga-la de nossa memória?

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