Um dos fatores que contribuíram e ainda contribuem, decisivamente, para o aumento da violência e, via de consequência, da criminalidade, nas cidades, tem sido o narcotráfico. E isso não representa um problema adstrito das megalópoles; tem atingido, também, as cidades do interior, de pequeno e médio portes. Aliado a isso, percebemos que a desigualdade social gritante, tão característica dos países em desenvolvimento, vem oferecendo a sua parcela de contribuição como geradora dessa violência.
As drogas têm-se disseminado pelo mundo com uma velocidade incomensurável, apesar de ser tão reprimida pelas forças policiais. O seu agravante decorre na medida em que se instala o vício no usuário. Diante da sua falta, surge a crise de abstinência, que tem sido um verdadeiro martírio por parte daqueles que dela padecem, pois, diante da carência de recursos financeiros para a aquisição da droga, os viciados farão de tudo para a conseguirem, se permitindo à prática do furto, do roubo e, até mesmo, do latrocínio.
Percebemos que nós – todos nós – ainda não nos demos conta de que a nossa saudosa cidadezinha do interior, a qual antes era tranquila, na atual conjuntura não mais apresenta os mesmos aspectos que a diferenciavam das megalópoles. Ainda remanescem em nós e nos nossos conterrâneos os mesmos hábitos de outrora, nos permitindo, ainda, a deixarmos a chave na ignição do veículo quando adentramos em casa; a andarmos, despreocupadamente, nas ruas e avenidas; a carregarmos uma quantia substancial de dinheiro no bolso ou na carteira; a fazermos a feira no mercado municipal sem nos darmos conta de que podemos estar sendo observados por algum criminoso que intenta fazer um pequeno furto, dentre tantos exemplos que poderíamos aqui registar.
O fato é que, se atentássemos para uma postura que não ensejasse o nosso descuido para que fôssemos vítima de alguma ação criminosa, certamente estaríamos oferecendo o nosso contributo à sociedade, entendendo, acima de tudo, que segurança pública é dever do Estado, mas direito e responsabilidade de todos nós, como apregoa a nossa Carta Magna de 1988.
As polícias, por si mesmas, não têm condições de fazer frente a tantas demandas de segurança pública! Apesar das inúmeras ações policiais, os dados estatísticos nos sinalizam que os avanços têm sido insignificantes. Há muito a fazer! É preciso que entendamos que segurança pública não se faz tão-somente com polícia! Faz-se com o estabelecimento de parcerias! E, nesse sentido, cada um de nós tem que se ver como co-partícipe do processo de segurança, oferecendo às polícias subsídios para um melhor planejamento da ação policial, denunciando as ações ilícitas, investindo em aparato tecnológico de segurança nas nossas casas e estabelecimentos, dentre outros aspectos, como forma de buscarmos atenuar esse quadro crítico que caracteriza os nosso dias.