Lucimar Almeida
Apontado pelo Ministério Público Estadual como chefe de uma organização criminosa suspeita de fraudar processos licitatórios e contratos no município, desviar verbas públicas mediante pagamento de gratificações indevidas a servidores e realizar exigências ilícitas ao prefeito, inclusive entrega de propina de R$ 50 mil para alguns vereadores em troca da aprovação de projetos de Lei, o vereador e presidente da Câmara Municipal de Correntina, Wesley – Maradona – Campos Aguiar (PV), teve a prisão preventiva decretada na sexta-feira (4).
O vereador, que chegou a ser preso em outubro do ano passado, durante a Operação Último Tango, deflagrada pelo Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e depois de vinte e um dias foi colocado em liberdade por uma decisão liminar da Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organizações Criminosas de Salvador, segundo apontaram as investigações, estaria descumprindo a cautelar que o colocou em liberdade e restabeleceu seu mandato na Câmara Municipal.
Na decisão, os juízes Álvaro Marques Filho, Ana Quitéria Loula e Francisco de Oliveira, da Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organizações Criminosas de Salvador, são apontados os Artigos 312 e 313, Inciso I, do Código do Processo Civil, para justificar a determinação.
O mandado de prisão preventiva deverá ser cumprido nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (7).
Outro lado
A reportagem do JS não conseguiu localizar Wesley – Maradona – Campos Aguiar para que ele pudesse comentar a decisão dos juízes da Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organizações Criminosas de Salvador e apontar qual será sua postura, se aguarda o cumprimento do mandado de prisão ou se vai aguardar a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia em relação a um pedido de habeas corpus que seus advogados deverão protocolar nas primeiras horas desta segunda-feira.
Um de seus mais próximos interlocutores, cuja identidade solicitou fosse preservada, disse ao JS que o vereador Wesley – Maradona – Campos continua reafirmando sua inocência e creditando as denúncias que resultaram na Ação do Ministério Público Estadual a “uma grande armação política”
“Foi uma denúncia política e as investigações vão mostrar isso”, disse, acrescentando que também não procedem as informações que teriam justificado a decretação da preventiva de que o vereador estaria coagindo testemunhas, destruindo provas – até porque não haveria o que ser destruído – e atrapalhando as investigações.