Por Paulo Henrique Gomes Agência do Rádio Mais
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) 2017, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 31,7% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos estão desempregados na Bahia. O número é 92% superior ao índice de desemprego total do estado, que é de 16,5%.
De acordo com o site Ranking de Competitividade, o estado ocupa a 23ª posição entre todas as unidades federativas no pilar que trata da educação, em 2017. A Bahia ocupou a 23ª colocação em relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o 25º lugar no quesito Índice de Oportunidade da Educação.
Em 2016, o estado ocupou a 24ª colocação em relação à taxa de abandono do Ensino Fundamental. Em relação ao Ensino Médio, ficou na 18ª posição.
Diante disso, surge o questionamento. Com as dificuldades encontradas, o sistema de educação está preparando os jovens para o mercado de trabalho da forma correta? Com isso, persistem os desafios, associados não apenas à necessidade de adequação dos currículos e das estratégias de aprendizado, mas também à falta de estrutura e de recursos para a transformação das redes de ensino.
A Gerente da Educação Profissional do SENAI da Bahia, Patrícia Evangelista, destaca a importância da formação técnica-profissional aliada ao ensino básico nas unidades de educação. “Eu posso já concluir o meu Ensino Médio com uma formação técnico-profissionalizante. E acho que a gente precisa, o Brasil, de fato, ele precisa de uma reformulação na educação básica, que vai desde o Ensino Fundamental, passando pelo Ensino Médio. Eu estou reforçando a questão do Ensino Médio pelo fato do Ensino Médio se aproximar mais da formação técnica-profissional”, afirma.
Dados do Centro Europeu de Desenvolvimento da Formação Profissional revelam que, na Áustria e na Finlândia, países com grande tradição nesse aspecto, o percentual de jovens que cursam itinerários vocacionais é de cerca de 70%. Em países como Alemanha, Dinamarca, França e Portugal, essa participação excede os 40%.
Na opinião do Gerente Executivo de Estudos e Prospectiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Márcio Guerra, a Nova Base Nacional Curricular, que é o conjunto de aprendizagens que todos os estudantes devem desenvolver ao longo da educação básica, proporciona melhores oportunidades para que os jovens saiam do Ensino Médio capacitados com cursos profissionalizantes.
“Com a nova Base Nacional Curricular, ela dá um passo importantíssimo nessa direção a partir do momento em que trabalha com os cinco eixos possíveis de saídas do Ensino Médio, sendo que um deles é a educação profissional. Então essa nova forma de organização curricular, nós temos uma grande chance de melhorar essa conexão com o mercado de trabalho. Ou seja, é uma educação mais leve, ágil, direta e que leva a situações que o jovem consiga fazer a transposição do conhecimento que acontece dentro de sala de aula com o acontece no mercado de trabalho”, defende.
Cerca de 80% dos estudantes que concluíram cursos técnicos no ano passado foram inseridos no mercado de trabalho já no primeiro ano. Dessa forma, a educação profissional é uma das saídas para combater o desemprego, que tem atingido níveis recordes no Brasil, principalmente, entre os jovens.
No Brasil, pesquisa realizada pela CNI, em janeiro de 2016, apontava a importância da educação para a consolidação da indústria do futuro no país. Entre as empresas industriais consultadas, 42% consideravam que uma das três principais medidas para acelerar a adoção de tecnologias digitais seria o investimento em novos modelos de educação e em programas de treinamento.