Por Ascom Sesab
Diversas ações simultâneas e coordenadas, promovidas pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), visando a redução do tempo de espera por internações e procedimentos hospitalares, totalizarão a entrega de mais 800 leitos hospitalares para a Central Estadual de Regulação.
De acordo com o secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, com a recente inauguração do Centro de Hemodiálise do Subúrbio, 206 leitos ocupados estão sendo liberados, apenas em Salvador, o que equivale a abrir um novo hospital de médio porte.
Já o programa estadual de desospitalização (internação domiciliar), implantado há quatro meses, já retirou dos hospitais, em todo o estado, mais de 300 pacientes crônicos, que hoje são assistidos em suas casas por equipes contratadas pela Sesab.
Na área de ortopedia, pouco mais de 300 pacientes aguardam hoje na fila da regulação pela realização de procedimentos cirúrgicos. Com a inauguração de 46 leitos de enfermaria no Hospital Geral do Estado (HGE), dedicados exclusivamente ao pós-operatório imediato de cirurgias ortopédicas, e mais 102 leitos abertos no Hospital Alayde Costa, que fará o pós-operatório até a alta, poderão ser realizadas mais 500 cirurgias por mês, além das que já vinham sendo realizadas na rede, impactando significativamente na redução da fila da regulação e, consequentemente na liberação de mais de 300 leitos em todo o estado.
As ações estão sendo coordenadas diretamente pelo gabinete do secretário, que tem se envolvido pessoalmente na articulação com diretores de unidades e prestadores de serviços. A meta é eliminar a fila de procedimentos ortopédicos com mais de dois dias de espera no sistema e trabalhar para que a rede estadual seja ajustada para atender, em menos de 24h, toda a demanda cirúrgica ortopédica que venha a surgir.
Acidentes de trânsito são o vilão da regulação
Acidentes envolvendo motos e automóveis representam hoje 30% da ocupação dos leitos hospitalares de todo o estado. São o maior e mais grave problema de saúde pública do estado, tendo em vista os elevados custos econômicos e sociais, além da elevada taxa de ocupação de leitos hospitalares, visto que são pacientes politraumatizados.
Apenas na Bahia, entre os anos de 2000 e 2017, foram registradas 34.534 mortes em acidentes de trânsito, o equivalente à população de cidades baianas como Cachoeira ou Riachão do Jacuípe. Deste total, 6.695 pessoas estavam dirigindo motos, enquanto 12.080 eram ocupantes de carros. Entre as ações previstas pelo Governo da Bahia para reduzir, sobretudo, o número de acidentes envolvendo motociclistas, o secretário destaca a inclusão dos acidentes de trânsito como doença de notificação compulsória, a ampliação do número de blitz de alcoolemia e a criação de um plano de segurança viária.
Falha na atenção básica é responsável por amputações, infarto e AVC
Mais de 1,8 milhão de soteropolitanos não tem acesso consultas, exames, acesso a vacinação, reabilitação e muitos outros serviços que deveriam ser ofertados pela Atenção Básica. Salvador amarga a última posição de cobertura da Atenção Básica (36,38%) dentre as capitais do Brasil e é a penúltima em Saúde da Família (27,45%). Os dados do Ministério da Saúde são de acesso público (https://goo.gl/jPz424) e referem-se a junho de 2018. Para se ter uma ideia do impacto negativo, a Bahia possui 78,34% de cobertura da Atenção Básica, considerando os 417 municípios, mas ao retirar do cálculo o município de Salvador, este número sobe para 87,87%.
Na prática, isso significa que em Salvador os poucos serviços existentes estão sobrecarregados e tem como reflexo uma necessidade de atender rápido com pouca qualidade. A dificuldade do acesso aos postos de saúde prejudica o tratamento de doenças crônicas, a exemplo da Hipertensão e Diabetes. O reflexo é imediato. Dados do Sistema de Pactuação dos Indicadores (Sispacto) apontam que 25% das internações de pacientes de Salvador poderiam ser prevenidas por serem condições sensíveis à Atenção Básica. A ausência de uma equipe da Saúde da Família impossibilita o adequado acompanhamento, pois o paciente diabético não realiza exames, não toma os medicamentos e acaba por ir a uma emergência de um hospital com o pé infectado que levará, possivelmente, a amputação de um dos membros. E o mesmo acontece com as pessoas com Hipertensão Arterial que acabam tendo AVC (acidente vascular cerebral) ou IAM (infarto agudo do miocárdio), assim como tantos outros casos.
Nova sede da Central de Regulação é inaugurada
No início do mês foi inaugurada a nova sede da Central Estadual de Regulação (CER), onde irão trabalhar 250 profissionais, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. A unidade funciona no segundo andar do prédio anexo do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), no bairro do Cabula, em Salvador. O novo espaço humanizado e climatizado, também oferece mais tecnologia ao sistema de regulação, que se torna cada vez mais especializado, visto que recebe, por dia, cerca de 1.100 solicitações.
Já em 2019 será entregue a Central Integrada de Comando e Controle da Saúde do Estado da Bahia, cujo investimento ultrapassa os R$ 7,7 milhões, e está com as obras aceleradas. Localizada no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador, a unidade abrigará a nova sede da Central Estadual de Regulação (CER), que engloba pedidos de exames, avaliações com especialistas, internações em enfermaria ou UTI, bem como procedimentos cirúrgicos dos 417 municípios da Bahia. O equipamento incluirá também a central de inteligência da saúde, que irá monitorar e acompanhar todas as unidades, através de indicadores de desempenho da rede.
O empreendimento é parte do plano de informatização da área da saúde iniciado em 2015, na qual foi investido cerca R$ 52 milhões em infraestrutura de rede, cabeamento e aquisição de computadores, impressoras e conectividade para os 57 hospitais, maternidades e centros de referência. A construção desse edifício com três pavimentos e mais de 2,3 mil metros quadrados ocorre simultaneamente com a implantação dos prontuários eletrônicos em todas as unidades da rede estadual.