Da Redação
Treze anos depois de interromper um ciclo de poder enraizado em torno da figura do então todo poderoso Antônio Carlos Magalhães – ex-quase tudo na política baiana e nacional e uma das mais respeitadas vozes no cenário político brasileiro, que transitou com desenvoltura do regime civil/militar inaugurado em 1964 e foi, vinte e um anos depois, um dos principais timoneiros do processo de redemocratização do país – o grupo liderado pelo senador da República eleito Jacques Wagner (PT) confirmou todas as pesquisas de opinião o favoritismo ao reeleger o governador petista Rui Costa dos Santos com uma expressiva margem de votos. O petista assegurou a continuidade do projeto de gestão por pelo menos mais quatro anos com uma esmagadora votação, exatos 5.096.062 votos, o equivalente a 75,50% dos votos válidos apurados (6.749.554 votos). Seu principal oponente na disputa pelo Palácio de Ondina, o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (DEM), finalizou a disputa em segundo lugar com 22,26% [1.502.266 votos] da preferência do eleitorado. Em terceiro lugar apareceu Marcos Antônio Guimarães Mendes (PSoL), com 0,66% [44.702 votos].
Em quarto lugar ficou o candidato do PRTB, ex-prefeito de Salvador João Henrique Durval Carneiro, com 38.960 votos (0,58%), seguido do ex-ministro de Estado da Integração Nacional do Governo Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2010 e 2011, João Reis Santana Filho, do MDB, com 33.266 votos (0,49%); a ex-vice-prefeita de Salvador, advogada Célia Oliveira de Jesus Sacramento, da Rede, com 31.198 votos (0,467%) e, em último lugar o Agente Postal Orlando Andrade de Jesus, do PCO, com 3.100 votos (0,05%).
A expressiva vitória do governador Rui Costa dos Santos (PT) não apenas consolida a hegemonia do grupo político liderado pelo ex-governador e ex-ministro de Estado dos Governos Luiz Inácio Lula da Silva (Trabalho e Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil), como lança uma incógnita sobre os rumos da oposição, principalmente se for considerada a postura ambígua do prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas, Antônio Carlos Magalhães Neto, que ao contrário do avô [ex-senador Antônio Carlos Magalhães] alimentou um projeto que foi abandonado às vésperas do início da campanha eleitoral e contribuiu para que importantes quadros da legenda acabassem sendo derrotados nas urnas. “O grande erro das oposições na Bahia, além, evidentemente, da necessidade que algumas lideranças, como Lúcio Vieira Lima (MDB) tinham de buscar a qualquer preço o mandato para assegurar a imunidade parlamentar, ou de acreditar em um prestígio há muito perdido [casos do ex-ministro João Reis Santana Filho (MDB), do ex-prefeito João Henrique Durval Carneiro (PRTB) e da ex-vice-prefeita de Salvador Célia Oliveira de Jesus Sacramento (Rede), foi superestimar a força do prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), permitindo que ele impusesse sua vontade sobre seu partido e influenciasse as demais legendas. Dividida, a oposição na Bahia foi fragorosamente derrotada e saiu do processo muito menor do que o mais otimista dos seus opositores imaginava”, avaliou um importante quadro da política regional que concordou em falar desde que não tivesse a identidade revelada, acrescentando que a “reconstrução da oposição passará, inevitavelmente, pelo surgimento de novas lideranças”. Para ele, mais do que alimentar projetos pessoais, alguns nomes que obtiveram expressiva votação no último dia 7, citou nominalmente a deputada federal eleita Dayane Jamille (Profª Dayane Pimentel) Carneiro dos Santos Pimentel, do PSL. Na região, foram citados dois vereadores conquistenses, David Salomão Santos Lima (PRTB) e Maria Lúcia Santos Rocha (DEM), além do advogado Marcelo de Melo Silva (PHS), que poderão ser protagonistas da reconstrução da oposição à nível regional.
A reportagem do JS tentou, através da Secretaria de Estado de Comunicação Social da Bahia, ouvir o governador Rui Costa dos Santos para que ele pudesse avaliar o resultado das urnas e apontar sua expectativa para o segundo mandato, além de falar sobre os compromissos que assumiu na campanha com os municípios das regiões de abrangência da publicação.
Ao participar de um ato administrativo no dia seguinte ao da apuração das urnas, o governador comentou o resultado das eleições no Estado lembrando que a população baiana reconheceu e aprovou o trabalho realizado nos últimos quatro anos, embora admitindo que há muito ainda a ser feito. “Evidente que muita coisa falta ainda ser feito, muitos desafios, mas acho que fizemos muito apesar da crise. A população reconheceu nosso trabalho nas urnas”, pontuou Costa.
Ao falar sobre sua expectativa e compromissos para o segundo mandato, o governador reafirmou quer a Educação será priorizada e que pretende, paralelamente à transformação e implantação do tempo integral e cursos profissionalizantes em todas as Escolas Estaduais, consolidar o projeto Escolas Culturais e investir no Esporte, com a retomada da realização dos Jogos Interescolares. A proposta, segundo o governador, além da socialização, é inserir o jovem no mercado de trabalho.
Rui Costa repetiu que no futuro mandato, entre 2019 e 2022, governará a Bahia dando continuidade às ações que vem sendo desenvolvidas e com a expectativa de uma reversão do quadro econômico para possibilitar que o Estado possa avançar nos investimentos em educação, Saúde, Infraestrutura e Segurança Pública, além das ações importantes na área social que estão sendo fortalecidas na Bahia.