Há duas datas importantes no mês de março – 12 de março, Dia do Bibliotecário, 14 de março, Dia do Livreiro.
Livreiros e bibliotecários – profissões que se completam.
Sem os livreiros, os livros não circulam. Sem os bibliotecários, os livros não são conservados, nem são lidos.
O Brasil tem poucas livrarias. Há mais livrarias em Buenos Aires do que em todo o território brasileiro.
O Espírito Santo tem poucas livrarias. Em algumas cidades não existe uma única livraria, o que é lamentável.
Quando se fala em livrarias capixabas, não podemos omitir o nome de Nestor Cinelli, o maior livreiro de nosso Estado, hoje falecido, mas não esquecido. Nestor criou e manteve, durante anos, a Livraria Âncora que, além de cumprir seu papel de livraria, era um ponto de encontro e convivência da intelectualidade capixaba. Muitos jovens só pagaram os livros adquiridos na Âncora, depois de formados. Por este motivo é justo reconhecer que Cinelli foi precursor do crédito educativo. Foi alguém que via seu ofício como uma verdadeira missão.
Nestor recebeu post-mortem, com muita Justiça, o Prêmio Dom Luís Gonzaga Fernandes, criado para homenagear figuras que serviram com devotamento ao bem comum. A solenidade de entrega da comenda contou com a presença maciça daqueles que, em nosso Estado, valorizam a cultura.
Quanto a bibliotecas, temos algumas, mas não tantas quanto seria desejável. Nossas maiores bibliotecas são a Biblioteca Estadual e a Biblioteca da Universidade Federal do Espíirito Santo.
O mesmo fato que ocorre com as livrarias, ocorre com as bibliotecas. Há municípios que não possuem uma única biblioteca pública. Felizmente são poucos aqueles que carregam esse labéu.
Prefeitos de municípios que não possuem biblioteca pública – corrijam esta falha lamentável.
Prefeitos dos demais municípios – ampliem as bibliotecas existentes, aprimorem as instalações, valorizem os bibliotecários, procurem aumentar a presença dos munícipes nesse espaço sagrado, criem prêmios para os frequentadores mais assíduos.
Quando falo em bibliotecários, eu me lembro da bibliotecária da Biblioteca Pública de Cachoeiro de Itapemirim – Dona Telma. Ela conversava com quem entrava na biblioteca, sugeria a leitura de livros, era uma incentivadora do saber, uma educadora. Esse é um trabalho anônimo. Impossível saber quantos cachoeirenses receberam o estímulo de Dona Telma para amar os livros, a Literatura, o Saber.
Quantas pessoas notáveis não receberam qualquer homenagem, nem buscaram homenagens.
Foram movidas pelo ideal.
É o caso de Dona Telma.
Mas lá onde esteja eu lhe digo – muito obrigado!