Record cede pressão política e afasta o âncora Paulo Henrique Amorim. SBT ignora pedido do dono da Havan e mantém Sheherazade na bancada do SBT Brasil
O programa Domingo Espetacular exibido aos domingos pela emissora Record, perde o seu âncora mais experiente e irreverente. Segundo informações do UOL, o jornalista Paulo Henrique Amorim, que esteve à frente da revista eletrônica por 14 anos, foi afastado na tarde da última segunda feira (24), por fazer críticas ao Presidente da República, Sr. Jair Bolsonaro (PSL), um desses episódios, aconteceu quando presidente e Sérgio Moro, foram ao Estádio Mané Garrincha, no dia 12/06/19 assisti ao jogo CSA e Flamengo, logo, jornalista questiona: “Bolsonaro é Palmeiras, Botafogo, ou ele é Flamengo?”, em seguida ele segue cantando: “uma vez flamengo, flamengo até morrer. Breve!”
E ao Ministro da Justiça o Sr. Sérgio Mouro: “Sérgio Moro é primitivo em matéria de política”. Ele se dá uma dimensão que ele não tem. Ele pensa que é o que não é. Ele tem um traço arbitrário e segue agredindo aspectos elementares da Lei. “Paulo Henrique tem contrato com a emissora até 2021, por tal motivo, não foi demitido definitivamente, mas sim afastado”. Apesar de o apresentador ser o rosto de maior credibilidade na revista eletrônica das noites dominicais, a Record acatou a pressão política e afastou Amorim.
Paulo Henrique é um declarado esquerdista, e em seu blog (Conversa Afiada) faz várias críticas calorosas referentes às ações do governo. Contudo, e de acordo com o UOL, a “caça” ao apresentado já vinha sendo solicitada desde 2014 pelos Bolsonaristas. A emissora nega o fato e alegar que Amorim foi remanejado para outra atividade na mesma empresa.
Liberdade de expressão ameaçada
A liberdade de expressão está mesmo passando por tempos obscuros, visto que a jornalista Rachel Sheherazade, âncora do telejornal do SBT Brasil, teve também a sua demissão pedida pelo empresário Luciano Hang, dono das redes de lojas Havan e apoiador do presidente da República, Jair Bolsonaro.
A apresentadora, por sua vez, não se intimidou com a ameaça, e no dia 24 de junho, veio a público por meio da sua conta no Instagram e rebateu ao empresário dizendo: “Não vou me censurar para confortar sua ignorância”. A jornalista ainda postou em sua conta no Twitter que irá processar o dono da Havan, “Já está registrado! Empresário chantageia a emissora onde trabalho e ainda vem à público pedir cabeça de jornalista. Já vi esse filme antes. Mas, agora, vai ter processo. Espere a notificação dos meus advogados”.
A livre expressão é instrumento fundamental para validar uma democracia. Para tanto, garante a Constituição Federal de 1988 e afirma o Inciso IV do artigo 5º: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Entretanto, esses fatos acometidos pelos jornalistas das diferentes emissoras parece revelar que a intolerância, símbolo da ditadura, nunca de fato findaram.
Caso essas demandas de “caça-cabeça” à aqueles que pensam diferentes de alguns persistirem, dias obscuros estará a porta deste país que se diz ter como base a democracia. Assusta sim, se sendo o jornalismo sério, fontes comprometidas com a verdade e que contribuem para as articulações do conhecimento em todos os âmbitos do saber, sofrem ameaças e que tem a dignidade e liberdade daqueles que os fazem, são censurados e calados, o que será dos demais brasileiros iludidos com a democracia?
https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/daniel-castro/apos-resistir-pressao-politica-record-afasta-paulo-henrique-amorim-da-tv-27723?cpid=txt –
https://www.metro1.com.br/noticias/politica/9935,sergio-moro-e-primitivo-em-materia-de-politica-diz-paulo-henrique-amorim. –
https://gente.ig.com.br/tvenovela/2019-06-24/apos-ameaca-de-luciano-hang-rachel-sheherazade-rebate.html –
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm –
https://br.blastingnews.com/cultura/2019/06/documentario-da-netflix-democracia-em-vertigem-e-cotado-para-ser-indicado-ao-oscar-002934455.html.
https://www.opovo.com.br/rachel-sheherazade-processa-dono-da-havan-demitida-demissao-sbt.html