Por Ascom Uesb
Você sabia que é possível produzir carvão ativado sem a queima de madeiras e de forma sustentável? O carvão ativado é um material utilizado em larga escala pela indústria, para diversas aplicações, como no processo de purificação e separação, na produção de cosméticos, iogurtes e outros produtos. O material é obtido a partir da queima controlada de uma fonte de carbono, que passa por processo químico e/ou físico e, após esse procedimento, fica com porosidade altamente desenvolvida, com capacidade de absorver impurezas, gases ou líquidos. Por esse motivo, o produto é bastante utilizado para o tratamento de água e esgotos.
O grande problema é que a forma mais comum de se obter o produto é por meio da queima de madeira e esse é um processo que gera prejuízos ao meio ambiente. Para evitar essa situação e viabilizar novas formas de explorar o produto, está sendo desenvolvida na Uesb uma pesquisa que utiliza o carvão ativado produzido a partir de resíduos agroindustriais como suporte para imobilização de enzimas de interesse para a indústria de alimentos.
O diferencial aplicado na pesquisa está no modo de produção do carvão, pois o produto é gerado a partir do uso de resíduos da agroindústria de alimentos, como bainhas do palmito da pupunha e resíduos do malte, oriundos da região Sul e Sudoeste da Bahia. Dessa forma, evita-se a extração e queima de madeira, como acontece na forma tradicional, além de evitar o descarte de subprodutos da indústria na natureza.
A pesquisa é desenvolvida pela professora Cristiane Martins Veloso, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência de Alimentos. Quando questionada sobre a relevância da pesquisa, a professora ressaltou que “as pessoas veem o carvão como algo ruim para o meio ambiente, pois ele é produzido a partir da queima de um material, mas estamos produzindo um carvão ativado a partir de um resíduo que seria descartado, aumentando o valor agregado do mesmo”.