Por Lays Macedo
Em reunião realizada na última quarta-feira (9), o CONSEG de Brumado, atento a demandas locais, aprovou a criação de uma campanha midiática e de mobilização sobre o enfrentamento à violência contra mulher no município.
O projeto, idealizado pela jornalista e Perita Técnica da Polícia Civil Lays Macedo, é formatado para atender, de forma direta e acessível, a mulheres e crianças de diferentes faixas etárias e classes sociais do município, apresentando recortes da realidade local, facilitando reconhecimento de abusos e orientando a busca por auxílio.
Dentre os objetivos do projeto, ainda em fase de elaboração e que será executado por meio de parcerias entre poder público, ordenamento jurídico, iniciativas privadas e entidades filantrópicas, a criação de uma cartilha e vídeos educativos – que auxiliem as vítimas a reconhecerem situações de violência em diversos âmbitos e massificar formas de combate a agressões contra mulheres – e o desenvolvimento de ações de mobilizações entre agentes da educação, saúde e segurança pública – a fim de promover melhor acolhimento a mulheres e crianças expostas a essas situações.
Violência contra a mulher em números
Segundo o 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública – Ano 2019, foram registrados 1.206 feminícidios no país em 2018, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Quanto aos autores dos crimes, 88,8% foram companheiros ou ex-companheiros das vítimas. Também em 2018, a cada 2 minutos houve registro de agressão física contra mulher dentro de casa. O país ainda registrou recorde no número de registros de violência sexual – foram 66.041 casos, uma média de 180 estupros por dia. Vale ressaltar que, 53,8% tinham até 13 anos – média de 4 meninas estupradas por hora.
Com um caso de feminicídio registrado no último dia 23, o município de Brumado, num levantamento feito junto ao Centro Integrado de Comunicações – CICOM, apresentou 125 chamadas por agressões contra mulheres e 53 por ameaças no período de 1º de janeiro a 08 de outubro de 2019. É preciso quebrar barreiras da falta de informação, do medo do julgamento, das dependências afetivas e/ou financeiras, das ameaças e das desmotivações externas para que as denúncias cheguem realmente ao conhecimento do poder público e possam ser realizadas ações de prevenção e combate a esses crimes.