Por Mariana Lacerda/ Ascom Uesb
Você sabia que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a segunda língua oficial do país? É importante entendê-la como a estrutura linguística materna da comunidade surda, pois isso quer dizer que os surdos não dominam a língua portuguesa. “Tem muitas pessoas que confundem, acham que o surdo, por estar entre ouvintes, vai entender o Português e ele não entende. O Português, pra ele, é como o Inglês e a Libras são pra gente, estudamos e aprendemos. É uma coisa diversificada”, explicou a intérprete em Libras, Gleyci Clem.
Graduada em Letras/Libras, Gleyci é a responsável por uma das turmas do Estudo da Libras, atividade que acontece no campus de Vitória da Conquista e é promovida pelo Núcleo de Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência (Naipd), vinculado à Assessoria Especial de Acesso e Permanência Estudantil e Ações Afirmativas (Aapa). Para a intérprete, o Estudo, aberto a toda a comunidade, “amplia a linguística e a interação da comunidade surda com a comunidade ouvinte; faz com que os ouvintes se sintam mais à vontade em estar em um ambiente onde tenha pessoas surdas também”.
O interesse pelo Estudo demonstra a demanda social por ações que pautem a Libras. “A procura foi muito grande, pois fechamos duas turmas com aproximadamente 40 alunos, e a busca pelo Estudo ainda persiste. É fato que já temos uma lista de espera com várias pessoas que desejam garantir a sua vaga para as próximas turmas”, contou o técnico em Atendimento Educacional do Naipd, Geniel Santos.
A turma atual do Estudo teve início no último dia 9 e segue pelo período de dois meses. De acordo com Geniel, as inscrições são realizadas continuamente e as pessoas interessadas em participar das próximas turmas podem incluir seus nomes na lista de espera, entrando em contato com o Núcleo pelo telefone (77) 3424-8799.
“O objetivo do Estudo é difundir a Libras como meio de comunicação das pessoas surdas e deficientes auditivos, aproximar a comunidade ouvinte da cultura surda e, desse modo, facilitar as relações interpessoais entre o ouvinte e a pessoa surda. Além disso, levar os saberes construídos na academia à comunidade em geral”, concluiu Geniel.