Considerando os resultados por região, todas apresentaram crescimento no número de empresas inseridas no cadastro de negativados. Destaque para o
Sul, que puxou a alta de contas em atraso no último mês, com avanço de 6,37% na comparação com igual período de 2018. Logo em seguida aparecem o Sudeste, com aumento de 5,56%, e o Norte, com 2,08%. O Centro-Oeste teve o menor avanço, com 0,73%.
Quanto ao número de dívidas, o indicador aponta que nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste foram registrados recuos de 2,55%, 2,66% e 3,94%, respectivamente. Por outro lado, Sul e Sudeste apresentaram crescimento: no Sul houve avanço de 0,98% e no Sudeste alta de 1,02%.
Na avaliação do presidente da CNDL, José César da Costa, o cenário econômico adverso continua afetando a capacidade de pagamento das empresas, o que dificulta muitas delas a manter os compromissos financeiros em dia. “O faturamento das empresas e a sua capacidade de honrar as contas acabam sendo impactados pela fraca atividade econômica do país, que ainda sofre com alto desemprego e a renda achatada”, explica.
Dívida média é de R$ 5.563,06; 44% das empresas inadimplentes são estabelecimentos comerciais; maioria deve para setor de serviços
As empresas inadimplentes no país encerraram o último mês de setembro com uma dívida média de R$ 5.563,06. Pouco mais da metade (56%) possui pendências com valor superior a R$ 1.000,00, enquanto 44% têm abaixo dessa cifra. O valor médio atual é menor do que o observado no início da série, em 2010, quando correspondia a R$ 10.488,97 — descontando valor da inflação.
O setor que concentra o maior número de empresas negativadas é o de comércio. Quatro em cada dez (44%) empresas inadimplentes são estabelecimentos comerciais. O ramo de serviços aparece com a segunda maior participação, concentrando 41% do total de pessoas jurídicas negativadas. Entre os setores devedores, quem lidera no crescimento do número de empresas negativadas também é o setor de serviços, com alta de 7,12% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já o comércio teve alta de 1,53%, enquanto a indústria apresentou aumento de 1,69%.
O principal credor das dívidas em nome de pessoas jurídicas é o setor de serviços, que inclui bancos e financeiras, com 70% do total de pendências. O comércio detém 17% de participação, ao passo que a indústria representa 12%. “A crise impactou todos esses setores, principalmente indústria e serviços. Pelos dados do IBGE, nenhum voltou ainda aos patamares que antecedem a crise. Com o alto índice de desemprego, as vendas estão apenas começando a reagir”, ressalta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.