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Ministério da Saúde aponta mais de dois mil casos de câncer infantojuvenil na Bahia nos últimos 6 anos

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Pediatra e oncologista destacam importância da descoberta precoce. Número de diagnósticos se mantém constante, com média de 335 por ano.

 

Por Mauro Anchieta, Camila Pimentel e Maria Fernanda Rebouças, TV Bahia

 

Mais de dois mil casos de câncer em crianças e jovens de até 19 anos foram registrados na Bahia entre 2013 e 2019, segundo dados do Ministério da Saúde. Ao todo, são 2.348 casos nos últimos seis anos.

A pasta considera a situação alarmante e destaca que o balanço é parcial, já que só foram contabilizados casos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Pacientes de hospitais e clínicas particulares não estão incluídos.

Entre os adolescentes com câncer está o estudante baiano Ítalo Ribeiro, de 13 anos, que faz quimioterapia. A doença se manifestou debaixo do braço e no fígado.

“Tem que falar que já deu tudo certo. O médico disse que já está melhorando”, falou o estudante.

“A gente tem que estar firme ali, dar apoio para ele e continuar junto com ele, né?”, reforçou a mãe de Ítalo, Lívia Ribeiro.

Ítalo Ribeiro, de 13 anos, está com câncer e faz tratamento no Martagão Gesteira, em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia
Ítalo Ribeiro, de 13 anos, está com câncer e faz tratamento no Martagão Gesteira, em Salvador. Foto: Reprodução/TV Bahia.

A Sociedade Brasileira de Pediatria alerta que, todos os dias, pelo menos 20 novos casos de câncer são diagnosticados no Brasil em crianças e jovens. O levantamento foi feito com base em dados do Ministério da Saúde.

Para facilitar o diagnóstico, a Sociedade Brasileira diz que é importante visitar sempre o pediatra.

“O mais importante é que ele seja detectado precocemente. Essa detecção precoce depende dessa criança ser acompanhada por um pediatra e ser vista de maneira sistemática, que é o ideal”, explicou a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Luciana Rodrigues Silva.

Foi assim que Erenilda Rodrigues descobriu a doença da filha, ainda no início.

“Eu digo para todo mundo que é um conjunto. As professoras [da escola] me ajudaram muito, porque elas observaram que havia algo errado com minha filha. Eu também, que sempre observei, meu esposo, e a pediatra, que também foi uma grande profissional, que também não fechou os olhos para o que estava acontecendo, me encaminhou. Ela também foi de grande importância, entendeu?”, disse Erenilda.

Erenilda com a filha Bianca, que faz tratamento de câncer, em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia
Erenilda com a filha Bianca, que faz tratamento de câncer, em Salvador. Foto: Reprodução/TV Bahia.

Apoio e tratamento

Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, o número de diagnósticos se mantém constante, com média de 335 por ano.

A Bahia tem 19 unidades de referência no tratamento do câncer. Uma delas é o Hospital Martagão Gesteira, em Salvador.

“O nosso estado é muito grande. Então, às vezes, o acesso dessa criança a um centro de saúde, o acesso dessa criança aos exames básicos, ultrassom, raio-x, hemograma, é muito difícil”, disse a oncologista do Hospital Martagão Gesteira, Natália Borges.

Foi pensando nisso, que o corretor de imóveis Sérgio Rodrigues, que há 13 anos perdeu um filho por causa de um câncer, resolveu ajudar.

Ele criou a ONG Associação ao Combate ao Câncer Infantil (Acci), em Simões Filho, cidade da região metropolitana de Salvador e dá apoio e transporte de graça a famílias que viajam em busca de tratamento

“A solidariedade, né? Porque o amparo, o ombro em um momento como esse, de dor, também é muito importante”, destacou.

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