Da Redação
A pouco menos de dez meses da disputa municipal de 2020, o cenário eleitoral em Caculé começa a ganhar forma. O desenho mais recente da disputa deu-se nos primeiros dias de janeiro, com as movimentações de bastidores que sinalizam para a insatisfação de lideranças com o grupo governista, alimentado pela indefinição do ex-prefeito e ex-deputado José Luciano Santos Ribeiro (DEM) em relação à sua candidatura para concorrer à sucessão do prefeito José Roberto – Beto Maradona – Neves (DEM). Embora haja quem ainda considere extemporâneo o lançamento de pré-candidaturas e a maioria das alianças ainda esteja sendo tratada no campo das especulações, a oposição já decidiu assumir projetos próprios e lançar candidatos ao Governo Municipal e à Câmara de Vereadores. O empresário Pedro – Pedrão – Dias da Silva (PRTB) já está definido como pré-candidato oposicionista à sucessão municipal, não estando descartada, ainda, a possibilidade do Partido Novo, embora já tenha anunciado que não participaria, também se envolver na disputa com candidatura própria.
Uma coisa é certa, coligados na última disputa municipal, o PRTB (Partido Renovador Trabalhista) – que saiu fortalecido em 2018 com a eleição do vice-presidente da República, Antônio Hamilton Martins Mourão – PT, Progressistas, PSL, PTB, PCdoB, MDB e Patriotas deverão estar juntos novamente em 2020.
E nesse cenário, a pré-candidatura do empresário Pedro – Pedrão – Dias da Silva vai ganhando musculatura com a adesão de novos atores, inclusive dissidentes do Democratas do ex-prefeito e ex-deputado estadual José Luciano Santos Ribeiro.
No último dia 9, por exemplo, conforme noticiado pelo Blog Informe Cidade, o vereador Fábio – Fabiano de Rael – Rocha de Brito (DEM) formalizou apoio à candidatura do empresário Pedro – Pedrão – Dias da Silva.
Declarações atribuídas ao vereador, apontando que a decisão de bandear-se de “mala, cuia e votos” para a pré-candidatura da oposição estaria em sintonia com o sentimento de mudança que toma conta das ruas, demonstram claramente haver um movimento dissidente nas hostes governistas, reforçando o que disse ao JS uma importante liderança política do grupo, que concordou em falar desde que tivesse sua identidade preservada, sublinhando não haver, hoje, um nome no grupo capaz de disputar a sucessão municipal com a oposição que não seja o do ex-deputado José Luciano Santos Ribeiro. “Ocorre que Luciano [José Luciano Santos Ribeiro] tem afirmado que não disputará a sucessão do prefeito Beto Maradona [José Roberto Neves]. E esse posicionamento tem contribuído para que o grupo se disperse e alguns, como fez o vereador Fabiano de Rael [Fabio Rocha de Brito] já tenham sido levados a formalizar sua adesão à pré-candidatura da oposição”, ponderou.
Enquanto uns torcem para que o Partido Novo decida participar da sucessão municipal com candidatura própria e outros celebram a possibilidade de haver uma pluralidade dos debates com uma eventual debandada de lideranças aliadas ao grupo do ex-deputado estadual José Luciano Santos Ribeiro para a oposição, há quem enxergue nesse movimento dissidente interesses pessoais contrariados e, ainda, quem se mantenha cético em relação às adesões como a do vereador democrata.
Há, uma enquete feita nas ruas pela reportagem do JS identificou, uma clara divisão na população, que, no entanto, credita essas movimentações de bastidores à uma estratégia equivocada do ex-deputado José Luciano Santos Ribeiro. “Ou Luciano [José Luciano Santos Ribeiro] assume o que é consenso em Caculé, sua pré-candidatura à sucessão municipal, ou vai permitir que outras dissidências sejam oficializadas e o fortalecimento da oposição. Qualquer outro nome que for lançado para disputa vai beneficiar a candidatura do empresário Pedrão [Pedro Dias da Silva]”, destacou um empresário que também concordou em falar desde que não tivesse a identidade revelada.
É preciso observar, insistem analistas políticos regionais ouvidos pelo JS, a partir de agora, os movimentos do ex-prefeito e ex-deputado José Luciano Santos Ribeiro. Se o democrata insistir no discurso que vem adotando, muito provavelmente novas baixas serão contabilizadas no grupo por ele liderado e, consequentemente, o candidato oposicionista vai continuar computando novas adesões, inclusive de candidatos à Câmara Municipal, que com o fim das coligações proporcionais, neste primeiro momento, possivelmente por desconhecimento das novas regras, vão buscar a companhia de prefeituráveis que estiveram com maior sintonia com as ruas.
Os próximos capítulos da sucessão municipal caculeense prometem.