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Cancelamento de consultas e cirurgias pode agravar ainda mais a situação de pacientes com câncer no Brasil

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De acordo com levantamento realizado pela Femama, 74,2% das pacientes questionam quando a situação retornará à normalidade

 

Por Layla Ribeiro/ Edelman

 

A fim de entender o cenário oncológico durante a pandemia, a Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) realizou um levantamento com a participação de 30 ONGs associadas. Avaliando os resultados de 25 cidades, sendo 12 capitais, de 16 estados, as maiores queixas das pacientes tem sido o cancelamento de consultas (32,3%), cancelamento de cirurgias (22,6%) e a falta de agenda disponível para exames de diagnóstico (16,1%).

“Embora estejamos em plena pandemia do coronavírus, a atenção e enfrentamento de pacientes com suspeita de câncer ou em tratamento não podem parar, precisamos que os responsáveis assumam o compromisso de mudar a realidade dos pacientes. A falta de atendimento irá gerar um número de casos em estágios ainda mais avançados depois da pandemia. É urgente que se abram e divulguem caminhos ‘livres de corona’ para as pessoas procurarem atendimento, e informações”, reforça a Dra. Maira Caleffi, presidente voluntária da Femama e chefe do Serviço de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento.

Está em vigor uma lei para que todos tenham atendimento rápido e, consequentemente, o diagnóstico precoce, a Lei dos 30 dias, que estabelece que os exames necessários para a confirmação do diagnóstico de câncer sejam realizados no SUS em até 30 dias. A Lei foi aprovada, mas teve seu prazo de regulamentação expirado em 28 de abril. “Hoje pacientes que não têm como recorrer a serviços particulares de saúde não tem outra opção a não ser esperar. O tempo médio para diagnóstico do câncer no Brasil é de 200 dias na rede pública de saúde, o que desencadeia sentimentos de angústia e incerteza em pacientes e seus familiares, além de reduzir as chances de cura”, conclui Dra. Maira Caleffi.
Foto de Capa: Pixabay.

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