Especialistas explicam a importância do diagnóstico precoce para tratamentos de câncer efetivos, mas reforçam necessidade de avaliar riscos locais
Por Assessoria de Cmunicação SBOC
A pandemia causada pelo coronavírus tem gerado a sobrecarga de prontos-socorros e UTIs ao redor do país. Por conta da sua duração, seu impacto vai muito além, podendo impactar no diagnóstico de outras doenças pelo adiamento dos exames de rastreamento.
Como observou a Dra. Maria Ignez Braghiroli, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o comportamento dos pacientes mudou visivelmente na quarentena: “Tanto no setor privado, quanto no SUS, é significativa a queda na realização de exames de rastreamento de câncer. Em abril, a taxa de ausência ficou em torno de 50% no privado, e acreditamos que ainda mais alta no SUS, já que a maior parte dos hospitais públicos estão voltados ao atendimento dos casos de coronavírus”.
Os riscos no adiamento dos exames preventivos são reais. O atraso pode causar o diagnóstico tardio de diferentes tipos de câncer, podendo impactar no tratamento. “É fundamental não desprezar sintomas que fujam da normalidade, como dores, inchaços, nódulos, manchas, perda de peso inesperada, dificuldade na cicatrização de feridas, presença de sangue nas fezes ou na urina. Esses sintomas são alertas de que algo pode estar errado, por isso é importante procurar um médico, que avaliará a necessidade de fazer o exame preventivo durante a quarentena ou não”. alerta Dra. Ignez.
O acompanhamento médico e a rotina de exames são estratégias para prevenir ou diagnosticar precocemente tumores, aumentando as chances de cura dos pacientes. A Dra. Ignez reforça o papel dos médicos na avaliação de cada um de seus pacientes durante a pandemia. “Independentemente da especialização, é crucial que cada médico mantenha uma avaliação contínua e individual de seus pacientes, de acordo com a apresentação de sintomas, local de residência e histórico de exames, definindo quando é necessário fazê-los novamente, para evitar diagnósticos tardios, mas também proteger os pacientes de contaminação”.
Caso seja crucial manter as consultas e a regularidade dos exames preventivos, como a mamografia, tomografia, colonoscopia, exame de sangue, entre outros, a SBOC destaca a importância de seguir as recomendações das organizações de saúde para evitar contaminação pelo coronavírus e está atualizando regularmente uma seção do site criada orientar oncologistas, pacientes e a sociedade com informações confiáveis e de qualidade.
SOBRE A SBOC – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ONCOLOGIA CLÍNICA
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) é a entidade nacional que representa mais de 1,9 mil especialistas em oncologia clínica distribuídos pelos 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal. Fundada em 1981, a SBOC tem como objetivo fortalecer a prática médica da Oncologia Clínica no Brasil, de modo a contribuir afirmativamente para a saúde da população brasileira. É presidida pela médica oncologista Clarissa Mathias, eleita para a gestão do biênio 2019/2021.