Por Ascom Integral Group
O Integral Group promoveu, nesta quinta-feira (20), o webinar “PIX: Revolução silenciosa”, que teve como objetivo debater e comentar a relevância da plataforma de pagamentos e transferências do Banco Central (BC) para o mercado financeiro e para a vida cotidiana das pessoas. O lançamento está previsto para dia 16 de novembro.
“Nós da Integral temos convicção de que estas operações que serão implantadas a partir de novembro terão um poder de transformação inédito. Tenho 45 anos de vida bancária e acho que esta será a maior mudança de todas as que presenciei. Será uma verdadeira revolução em termos de impacto no comércio e da maneira de se fazer banco. Estamos muito esperançosos e confiantes na condução do processo pelo Banco Central”, disse Antonio Hermann, Sócio do Integral Group.
Segundo João Manoel Pinho de Mello, Diretor do Banco Central, no Brasil, ainda existe uma grande quantidade de pessoas que usam o papel-moeda, por conta de questões sócio-economicas. No entanto, esta produção de dinheiro em espécie tem um custo alto, assim como acontece com o ‘dinheiro de plástico’, no caso dos cartões de crédito e débito. Além disso, a pandemia mostrou um crescimento das transações online e aumento na demanda para plataformas de conveniência para usuários finais.
“A plataforma PIX vem para preencher estas necessidades, com velocidade, disponibilidade, segurança, conveniência, multiplicidade de casos de uso, informação agregada e ambiente aberto. A informação do pagamento será feita em até 10 segundos e o recebedor será notificado imediatamente, evitando, por exemplo, que você tenha a luz cortada numa sexta-feira, por atraso no pagamento”, afirmou Pinho. “Outro exemplo é com relação ao desembaraço aduaneiro. Quando o usuário fizer o pagamento das taxas da Anvisa, todos os envolvidos no processo serão notificados, o que acaba por agilizar todo o processo de liberação das mercadorias”, continuou.
De acordo com planejamento, quando todo o sistema estiver implantado, em 2023, será possível que todo o processo se encaminhe automaticamente após o pagamento. “Se você comprar um carro usando a plataforma, toda a emissão de documentos e, eventualmente, contratação de seguros e pagamento de impostos será desenrolado de forma conjunta e rápida”, explicou. “O mesmo deverá acontecer com o mercado de ações, por exemplo. Assim que você efetivar o pagamento, os papéis já serão transferidos para a sua carteira”, continuou.
O custo de toda a operação será um dos atrativos, embora o Pix não seja ofertado diretamente a usuários finais. Será uma ferramenta para empresas financeiras, com um custo de R$ 0,01 para cada 10 transações. Os participantes do lado recebedor pagarão diretamente ao BC pelo uso da plataforma. Mas haverá gratuidades para o lado do pagador, para adequar às outras formas de pagamento.
O Banco Centra, criador da plataforma, vai ocupar um papel operacional, que é o de gestão do sistema, e regulador, que vai definir as regras de uso da Pix.
João Miguel Bragança, Senior Project Manager do Roland Berger, empresa responsável pelo estudo de viabilidade, aponta que, nos países onde foram implantadas plataformas semelhantes, houve aumento no bolo de transações financeiras, redução na emissão de papel-moeda e de plásticos poluentes, aumento da competição – e consequentemente uma redução no custo das transações – e aceleração do processo de ‘open banking’, que é a troca de informações bancárias entre instituições financeiras.
“O Pix deverá promover uma transformação de cadeia de valor de pagamentos, com transações conta a conta, isto é, com a conta como meio de pagamento, no sistema everday banking”, explica Bragança. “O uso da plataforma também permitira que uma empresa saiba que o comprador migrou para meu concorrente. E os impactos serão sentidos com mais força pelas empresas de cartões de débito”, resumiu.
João Pedro Paro Neto, presidente da Mastercard, viu com entusiasmo a chegada da plataforma. “Quando olho nosso mundo de pagamento de cartões, percebo que as pessoas estão cada vez mais buscando a facilidade de pagamentos. O Pix também vem para ajudar a eliminar o dinheiro em papel, que é caro para produzir e arriscado para carregar e receber”, disse.
Orivaldo Padilha, diretor vice-presidente financeiro e diretor de relações com investidores da Via Varejo, acompanhou o otimismo. “O custo do dinheiro hoje é muito alto, tanto para produção quanto para operar. Ele representa cerca de 20% das nossas transações, mas esta pandemia serviu para aumentar as transações digitais, inclusive com o uso de boletos de crediário, indicando que há espaço para mudança no comportamento dos consumidores”, disse.
“Outra vantagem do sistema é a velocidade de disponibilização do dinheiro, em especial nos fins de semana. Isto vai agilizar inclusive na entrega do produto, uma vez que os prazos só começam a ser contados após a confirmação do pagamento”, afirmou Padilha. “Esta plataforma também poderá ajudar aos varejistas a pagarem seus fornecedores, uma vez que será possível pagar imediatamente, sem a necessidade de emissão de boleto e o pagamento dependendo da compensação tradicional. Isto vai trazer agilidade ao processo também para o comerciante”, completou.
Para acompanhar o webinar completo, basta acessar ao link: https://youtu.be/-rlbvTxZdBQ.