Por Juliana Silva/ Ascom Uesb
Em 2018, um crime chocou a cidade de Vitória da Conquista. Um adolescente foi assassinado na porta da Escola Municipal Ridalva Correa de Melo, onde estudava. A morte violenta do estudante deixou uma dor imensa entre todos que convivam com ele diariamente no colégio, além de um grande desafio para os professores: diante de uma realidade tão cruel, como manter o interesse dos alunos pelos estudos?
Foi assim que o professor Gilmar Dantas, formado em Letras pela Uesb, criou o Festival Dia Mundial do Rock em 2018. “A ideia foi levar apresentações musicais pra dentro dos muros da escola para os alunos terem contato com arte”, conta Gilmar. Assim, no Dia Mundial do Rock, comemorado em 13 de julho, bandas da cidade se apresentaram no auditório do Colégio.
O resultado foi tão positivo que, no ano seguinte, o professor foi além e criou o curso de produção cultural chamado “Escola de Rock”, uma continuação do primeiro projeto. “Sentimos que os alunos queriam participar como protagonistas, organizando o evento e não só assistindo”, explica Gilmar. Na oportunidade, cerca de 40 alunos se inscreveram, voluntariamente, para participar do curso, que contou com dez palestrantes diferentes abordando temas como mulher dentro do Rock, o negro e o Rock e confecção de cartazes.
Para Gilmar, “quando se traz estratégias diferentes, você desperta o interesse dos alunos, que sempre é o grande desafio do professor”. Segundo ele, esse foi um dos grandes ensinamentos da sua graduação. “O curso de Letras da Uesb me mostrou que o ato de ensinar não precisa se limitar à sala de aula, nem aos conteúdos programáticos”, ressalta.
E como manter a atenção dos alunos quando a disciplina é da área de Exatas? Essa é a meta diária da professora Eliane Souza, que se formou em Química, pela Uesb, no ano de 2003. Ela ensina no Colégio da Polícia Militar Professor Poeta Luís Neves Cotrim, em Jequié, onde ministra aulas para alunos do Ensino Médio.
A professora conta que, em sua rotina, busca trabalhar com sequências didáticas, trabalhos em grupo, abordando temas geradores e contextualização, além das aulas de campo. Essas estratégias foram aperfeiçoadas no Mestrado Profissional em Química, também ofertado pela Uesb, que Eliane concluiu em 2019. “Com uma abordagem contextualizada, os alunos conseguem demonstrar uma melhor aprendizagem, com melhoras significativas nos resultados escolares”, comenta.
Assim, a professora consegue também despertar em seus alunos o interesse pela área de Química para além da sala de aula, incentivando-os a participar de eventos como a Olimpíada Baiana de Química. “Sempre tivemos alunos medalhistas e destaques de escola pública na Olimpíada. Cinco alunos da escola já foram premiados com notebooks e isso faz com que os demais alunos tenham interesse de participar”, comemora a professora.
Eliane define como “gratificante” poder colaborar para o ensino e aprendizagem de tantos alunos. Segundo ela, a Universidade tem um papel fundamental nisso: “me identifico muito com minha profissão e sei que preciso melhorar sempre. Por isso, a importância da Uesb para minha formação, pois, é por meio dela que continuo aprendendo cada dia mais e levando esse conhecimento para minha vivência com a Educação Básica”.
Esse sentimento é compartilhado pela pedagoga Maiza Alves, que formou na Uesb no ano de 2006. Ela destaca que a Universidade lhe “abriu portas para um futuro melhor”, porque, além da graduação, lhe proporcionou novas experiências pessoais e profissionais. “A Uesb é um marco importante na minha história de vida. Por ter estudado Pedagogia na Uesb, tive oportunidades que nunca imaginei que pudesse ter”, comenta.
Ao falar da época da graduação, Maiza relembra a importância dos estágios, que a ajudaram a escolher sua área de atuação na docência: a Educação Infantil. “Esses estágios realmente fazem o aluno de Pedagogia ter uma noção para o que está sendo preparado”, afirma.
Atualmente, ela ministra aulas na Creche Diva de Paula, na cidade de Itapetinga, e também atua no Laboratório de Ludopedagogia da Uesb, espaço em que teve a oportunidade de estagiar quando era estudante. Ela explica que na Educação Infantil “tudo tem que ser bem dinâmico e divertido para que ocorra a interação entre o professor e os alunos”. Assim, “trabalhamos bastante com a estimulação visual e desenvolvemos habilidades sensoriais e coordenação motora”, relata.
Ao olhar para o passado, Maiza confessa que, no início, teve medo, pois “estar em uma sala de aula, principalmente com crianças, não é nada simples e nem pode ser repetitivo”. Mas, hoje, a felicidade e a realização se tornaram parcerias no trabalho que desenvolve. “Eu amo estar com as crianças e aprendo muito com elas”, declara.
Uesb 40 anos: conhecimento para uma vida plena