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Afinal, a queda de cabelo é maior na quarentena?

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Dermatologista explica causas, recomenda suplementação e destaca a questão emocional durante a pandemia como fator de risco.

 

Por Juliete Lino

 

Durante o período de isolamento social, aumentaram as queixas sobre a perda de fios. O Dr. Daniel Fernandes Melo, dermatologista e coordenador de departamento de cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Rio de Janeiro (SBD-RJ), explica que o estado emocional pode, eventualmente, deflagrar queda de cabelo. “A questão envolve vários fatores. Um deles é o próprio isolamento social, que pode aumentar a percepção da queda de fios. Além disso, existe a questão emocional, que também pode contribuir como um possível gatilho para alguns tipos de queda de cabelo”.

O especialista recomenda a busca de um profissional qualificado para analisar os casos individualmente. “Os médicos dermatologistas apresentam o melhor caminho para realizar atendimentos presenciais com toda a segurança e há a telemedicina, que já é realidade. O essencial é buscar um profissional capacitado para auxiliar no problema”, orienta o Dr. Melo.

Não existe equação exata e comprovada para identificar quando a queda de cabelo deixa de ser normal para se tornar um problema. “Você é o principal agente para verificar mudanças no padrão de queda. Se começa a te incomodar, então é o momento certo de falar com um especialista para buscar a causa do problema e o tratamento mais adequado”, assinala o especialista.

A queda de cabelo (alopecia) pode ser classificada em dois grandes grupos: cicatricial, na qual existem danos irreversíveis ao folículo e, em sua maioria, não sendo possível o retorno do crescimento dos cabelos; e a causa não-cicatricial, que é mais comum na população e, em parte dos casos, pode ser revertida após o fim da alteração do folículo, voltando a crescer cabelo na área acometida.

As quedas não cicatriciais são as mais comuns. Entre elas, está o eflúvio telógeno, que consiste em um aumento da perda diária de fios de cabelo, fruto de uma migração difusa e abrupta dos fios para a fase de repouso do ciclo capilar (telógena). Entre outros motivos, ele pode ser causado por dietas restritivas, cirurgias como a bariátrica e o parto. Má alimentação, estresse emocional relevante e algumas medicações também são causas que podem culminar em queda de cabelo.

De acordo com o dermatologista, determinados nutrientes estão ligados ao bom funcionamento do ciclo capilar. É o caso do ferro, zinco e as vitaminas D e B12. Os fios são formados por queratina. Os elementos que servem de matéria-prima para a produção desse componente, como a cistina, também são importantes.

Isso explica porque os tratamentos muitas vezes estão ligados à suplementação de nutrientes e elementos que atuam na construção dos fios. Essa complementação é importante para a saúde do corpo como um todo. “Por exemplo, uma mulher que perde muito ferro durante a menstruação e tenha alguma comorbidade ou histórico médico associado que possa levar a uma anemia, precisa de suplementação específica, diferente daquela que possui perda de outro nutriente. Por isso, antes da utilização de qualquer medicamento, é preciso buscar o aconselhamento de um médico, sobretudo com atuação e experiência em queixas capilares membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia”.

Outro aspecto importante para pessoas com essa condição é a paciência. “O tratamento capilar apresentará resultados clinicamente visíveis somente a partir de três a quatro meses, em geral. Porém, pode levar até mais tempo, dependendo da condição clínica do paciente. As interrupções no tratamento afetam diretamente o resultado. Também vale lembrar que precisamos cuidar do aspecto emocional, seja no que se refere ao período da quarentena ou não, para que não tenhamos reflexos em outras áreas do nosso organismo. Estamos vivendo um momento atípico, mas que irá passar, assim como todas as fases difíceis que todos enfrentamos ao longo da vida”, lembra o dermatologista.

 

Foto de Capa: Divulgação.

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