Queixa é comum de pacientes após infecção. Fátima Tubini, especialista em dermatologia, explica possíveis relações
Por Yago Graciani
É comum dúvidas sobre os cuidados que devem ter com os cabelos, se devem cortar ou deixá-los presos, em razão da pandemia. Para a população em geral, ainda não existem estudos que comprovem efeitos diretos do Coronavírus sobre os cabelos.
Diversas pessoas relatam a perda de cabelo após terem sido infectadas pelo Covid-19, mas o que muitos querem saber é se a doença desenvolve ou não a queda. Porém, até o momento, não existem estudos concluídos para responder à pergunta ou esclarecer os motivos desse fato.
Com a pandemia mais acelerada, a dermatologista Fátima notou um aumento de pacientes pós-covid na busca por tratamentos capilares. “Existia um número recorrente de pacientes que já tratavam perda capilar, tanto homens quanto mulheres, predominando as mulheres. Mas hoje, o número de pacientes que procuram tratamento por causa dessa perda com relação à doença causada pelo coronavírus, aumentou e vem se tornando frequente”, revela.
Devido a fata de resultados científicos, a perda de cabelo que acontece pós-covid ainda é um mistério. Estudos preliminares feitos por pesquisadores dos Estados Unidos, México e Suécia estima-se que essa condição aparece em 25% dos pacientes com covid longa.
Com à falta de informação, a dermatologista ressalta que diversas hipóteses também são motivo da queda de cabelo. Mas muitas dessas perdas correspondem com doenças que já são conhecidas, como:
– Alopecia que abrange a repentina perda de cabelo do couro cabeludo e que pode ocorrer em homens e mulheres de todas as idades. “A doença faz com que o cabelo caia em grandes quantidades e em determinadas áreas, deixando visível o couro cabeludo. Inúmeros fatores estão envolvidos com o desenvolvimento dessa doença, como fatores emocionais, traumas físicos e quadros infecciosos que também podem desencadear ou agravar o quadro”, ressalta a especialista.
– Eflúvio telógeno: Uma condição que está associada a eventos que podem acontecer a três meses antes da queda, esse é o tempo para a doença se “preparar” e começar a desenvolver a queda. “Os eventos mais associados à queda são: pós-parto, febre, infecção aguda, sinusite, pneumonia, gripe, entre outros”, revela Tubini.
“Nestes dois casos temos situações que podem remeter a pandemia e a própria infecção do Covid-19, que, atualmente estão sendo os casos que mais aparecem em meu com consultório”, explica a especialista.