Projeto já conta com apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas e seus associados, que colocaram suas instalações físicas para receber doações e estão divulgando e incentivando a participação da população nas redes sociais
Por Redação (redacao@jornaldosudoeste.com)
A pandemia da Covid-19 tem causado uma revolução na vida das pessoas. Enquanto, infelizmente, uma parcela da população ainda não compreendeu a gravidade da situação que tem interrompido sonhos e destroçado famílias, e continuam desrespeitando os protocolos recomendados por infectologistas e cientistas do mundo inteiro, muitas vezes incentivados por gestores públicos que afrontam a ciência e as evidências para dar vazão aos seus instintos negacionistas, cidadãos, empresas e entidades representativas da sociedade civil reúnem-se em concentração de esforços, imbuídas pelo espírito de solidariedade, deflagrando campanhas para arrecadação de alimentos e materiais de higiene e limpeza para distribuição à famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica, além de patrocinarem a confecção para doação de máscaras de proteção e equipamentos destinados a Unidades Públicas de Saúde.
Uma das consequências da pandemia foi a retração da atividade econômica, naturalmente ou motivada pelas medidas restritivas necessárias para conter o avanço da contaminação do Novo Coronavírus (SARS-CoV-2), que resultou no fechamento de postos de trabalho. Pessoas perderam seus empregos, perderam seus sustentos e ficaram sem nenhuma alternativa para suprir suas necessidades básicas. As perdas, ainda que não totalmente contabilizadas, já estão em uma escala estratosférica e, avaliam economistas, serão necessários anos para que a atividade econômica volte ao patamar que estava antes da doença ganhar o mundo.
Se a pandemia da Covid-19 estagnou a atividade econômica, ela não acabou com a fome, com a necessidade do saneamento básico, nem com nenhuma outra necessidade das pessoas. E foi neste momento que o lado bom da humanidade se manifestou. Empresas e pessoas físicas que conseguiram se manter de pé em meio a todo este caos, mesmo enfrentando dificuldades, tem colocado, Brasil afora, em operação importantes programas informais de auxílio jamais vistos na história recente.
Desde que a pandemia se alastrou e o número de vítimas extrapolou em muito as previsões otimistas oficiais, mostrando que a realidade era e seria muito mais dramática que previam gestores públicos, máscaras de tecido, insumos hospitalares, roupas, cobertores, cestas básicas e até mesmo dinheiro em espécie começaram a ser doados, visando justamente auxiliar aqueles que trabalhavam durante o dia para conseguir alimentar suas famílias à noite e, de uma hora para outra, perderam suas fontes de renda. Em meio ao noticiário catastrófico, com a contabilidade macabra do números de vítimas fatais da doença, iniciativas do bem também foram formatadas, efetivadas e divulgadas.
Em Brumado, com a omissão do poder público, que tem recomendado, segundo revelou a titular da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, que os beneficiários de Programas Assistenciais incluídos no Cadastro Único, devem procurar as Unidades dos Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) e Centro de Referência em Assistência Social (Cras), ignorando o papel institucional da pasta, de ir em busca dos que precisam e não aguardar ser provocado, empresas, entidades, empresários e membros da sociedade civil tem se mobilizado para contribuir com o combate à pandemia, seja doando equipamentos e insumos, produtos de limpeza e de proteção individual (máscaras) à Secretaria Municipal de Saúde ou diretamente à população carente, como fizeram a RHI Magnesita, a Xilolite, a VLI Multimodal, a Kezinha Produções, o Clube da Fraternidade e as Lojas Maçônicas Aliança Sertaneja Brumadense e Manoel Carvalho, além de pessoas físicas.
Dentro desse espírito de solidariedade, numa iniciativa da Igreja Católica de Brumado, através da Paróquia do Bom Jesus, Pastoral Familiar, da Pastoral da Comunicação, da Sociedade São Vicente de Paula (Vicentinos), da Renovação Carismática Católica, da Comunidade de Adoradores e Resgate da Paz (Carp) e do Projeto Social Levanta-te – coordenado por jovens da Renovação Carismática Católica – foi formatado o Projeto AjudaÊ, oficialmente lançado no domingo, dia 18, com objetivo de receber a doações de alimentos e materiais de higiene e limpeza que serão distribuídos à famílias em situação de vulnerabilidade social no município.
O Projeto AjudaÊ, de pronto, ganhou a adesão da Câmara de Dirigentes Lojistas de Brumado e grande parte de seus associados, além de outros empreendimentos de diferentes segmentos privados, que colocaram suas instalações e estabelecimentos à disposição para recolhimento dos donativos e desde o domingo (18) iniciaram uma campanha de divulgação através de redes sociais.
Os coordenadores do AjudaÊ, segundo revelou à reportagem do JS uma das integrantes da Pastoral Familiar, Fernanda de Souza, estão buscando novas parcerias para ampliar o alcance da proposta e conseguir arrecadar ainda mais produtos (alimentos e materiais de higiene e limpeza) para mitigar os efeitos da grave crise social experimentada no município, onde, reforça, é muito grande o número de pessoas passando fome e sem as mínimas condições sanitárias. Uma das entidades que deverão ser contatadas, revela a representante da Pastoral da Comunicação, Luciane Martins, é a Associação das Indústrias de Brumado e Micro Região (Aibrum). Os coordenadores do AjudaÊ também deverão buscar a adesão de representantes de outras denominações religiosas. “A situação exige que todos que possam contribuir, seja oferecendo doações, seja colocando suas instalações físicas para recepcionar ofertas da população, estejam junto conosco nessa empreitadas”, pontua Fernanda de Souza.
Os produtos arrecadados serão distribuídos à famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica de todo município, a partir de cadastros existentes na Pastoral Familiar, da Sociedade São Vicente de Paula (Vicentinos), da Comunidade de Adoradores e Resgate da Paz (Carp) e do Projeto Social Levanta-te. Esses grupos de católicos da Paróquia do Bom Jesus continuam o trabalho de cadastramento de pessoas que serão beneficiadas no AjudaÊ e, regularmente, nos diversos programas de assistência social que desenvolvem.
A expectativa dos coordenadores do AjudaÊ é que a sociedade possa abraçar a causa, contribuindo para aliviar o drama experimentado por um número expressivo de brumadenses que tiveram suas situações socioeconômicas agravadas pela pandemia.
A expectativa de sucesso do Projeto é grande, reforçam Fernanda de Souza e Luciene Martins, destacando que a atuação das Pastorais e grupos ligados à Paróquia do Bom Jesus é resultado da consciência individual de seus membros da necessidade de serem mais solidários, e da certeza que mais uma vez, a população brumadense, não deixará de dar sua contribuição.