Substância é aplicada na região do músculo masseter e temporal anterior causando redução da capacidade de contração dos dentes
Por Ascom
A toxina botulínica, além de muito utilizada em intervenções estéticas, é também muito eficaz no tratamento para reduzir os danos do bruxismo – disfunção que se caracteriza pelo apertar e ranger dos dentes, causando desgastes e dores na região da articulação temporomandibular (ATM).
Dados levantados no Congresso Internacional de Odontologia, em 2016, apontam que mais de 30 milhões de pessoas sofrem com o bruxismo, sendo que não há uma cura para o problema. Mas há tratamento, especialmente com o uso da toxina, que alivia a dor muscular, melhora a mastigação e ajuda a reduzir os desgastes dos dentes.
Para isso, a substância é aplicada na região do músculo masseter e temporal anterior causando redução da capacidade de contração dos dentes. Isso contribui para que a articulação temporomandibular (ATM) não seja forçada, diminuindo o apertar e ranger dentários e, consequentemente, seus danos.
A toxina age interrompendo a comunicação do músculo com o nervo, diminuindo a intensidade e frequência da contração muscular, promovendo um alívio da dor facial, especialmente na região da mandíbula. O seu efeito se inicia a partir de 48 horas após a sua aplicação, chegando ao pico de efeito após 14 dias.
De acordo com a odontóloga especialista em periodontia, Margareth Macêdo, que está em especialização na área de Harmonização Facial, o resultado do tratamento não é permanente. “Os efeitos começam a se perder por volta de três a quatro meses. A aplicação da toxina para reduzir os danos do bruxismo deve ser associada ao uso da placa miorrelaxante, que potencializa o resultado, mas é preciso a reaplicação para que o efeito seja duradouro”, explica a especialista.
Segundo Macêdo, a recuperação do tratamento, com aplicação da toxina é bem simples, só ocorrendo uma leve vermelhidão na região e pode aparecer alguns hematomas e um leve inchaço, mas que desaparecem em poucas horas.
Praticamente todas as pessoas que sofrem com bruxismo podem fazer o tratamento, conforme Margareth. Ela só faz uma ressalva para que a quantidade aplicada da substância, que não deve exceder a 100 unidades de toxina. Além disso, não é indicado em caso de uso recente da vacina antitetânica, transtornos neuromusculares generalizados, gravidez e lactação, assim como para pacientes em uso de alguns antibióticos e pacientes alérgicos à lactose e à própria toxina botulínica.