A moça alegava para seu interlocutor que cupido não lhe favorecia, queria se casar, mas não conseguia se relacionar bem com os pretendentes. Ela tinha todos os predicados de uma mulher interessante, formada, alta, loira, trabalho fixo, independente, enfim uma pessoa de boa formação. Porém era muito exigente e impetuosa. Queria um homem fiel, educado, que não tivesse vícios, que fosse trabalhador e vivesse exclusivamente para ela. Dizia: “O que Deus une o homem não separa”.
O interlocutor, seu amigo, respondeu, em tom brincalhão, que homem com as características da sua exigência, só ele as pousia, entretanto não a conheceu antes de se casar, e ela perdeu essa chance.
Que ele ia fazer-lhe a oferta de uma imagem de Santo Antonio que era considerado santo casamenteiro, o qual iria atender as suas pretensões. Comprou uma imagem pequena para que ela carregasse na bolsa e a orientou: “quando vir um rapaz de seu interesse beije a imagem e aponte-a para o moço e procure um motivo para iniciar uma conversa, que ele será a sua presa”.
Pouco tempo depois, ela o encontrou e vibrante confessou que Santo Antonio fizera o milagre, estava namorando um homem que julgava ser o dono do seu coração e com este pretendia se casar, por preencher o seu modelo ideal de vida.
A vida é cheia de surpresas, nem sempre acontece como se deseja, o casal que já se achava compromissado para o casamento, teve, repentinamente, o relacionamento desfeito, não se sabe a causa do desentendimento.
Supõe-se que o gênio forte e o comportamento egoísta da noiva, que exigia que as coisas fossem feitas a seu modo, tenha sido o motivo da separação. É apenas suposição. A moça continuou solteira e a procura do homem ideal para preencher as suas opções conforme o seu desejo e desprezou Santo Antonio.
Há de se refletir o seguinte: é preciso desenvolver atitudes que contemplem o futuro do casal de forma que atenda os objetivos de ambos, e prevaleçam a fidelidade, a tolerância e a cumplicidade. O egoísmo é inimigo do bom entendimento. O casal deve estabelecer procedimentos que não agrida os sentimentos do outrem, evitando o dissabor doloroso de uma separação. A desarmonia, o ciúme, observado no namoro e ou noivado não é devidamente analisado pelo arrebatamento da paixão que envolve os apixonados. O egocentrismo é o principal motor da desarmonia, portanto deve-se evitá-lo. Todos têm defeitos, e é preciso compreendê-los e superá-los para que não haja discórdia. Se quiserem viver em paz, devem estabelecer um entendimento perfeito e aceitável com a devida tolerância.
Ser solteiro ou casado é uma escolha particular e ou consequências da vida, seja por imposição religiosa ou por opção pessoal.
A verdade é que a jovem era possessiva, ciumenta, queria mandar e ser obedecida conforme o seu desejo, sem ouvir a outra parte, a quem devia compartilhar os seus problemas e resolvê-los em conjunto. Diante dessas exigências, certamente, vai continuar solteira.