redacao@jornaldosudoeste.com

Quais as consequências de ter o nome negativado

Publicado em

Situação que já atinge mais de 72% das famílias brasileiras causa uma série de restrições ao consumidor inadimplente.

Por: Luiz Affonso Mehl

O percentual de famílias brasileiras endividadas chegou a 72,9% em agosto, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado revelou alta de 1,5 ponto percentual em relação ao levantamento anterior e atingiu a marca de maior patamar do endividamento das famílias já verificado no estudo.

Outros dados também são motivos de alerta, como aponta a CNC. Segundo a pesquisa, houve crescimento da quantidade de famílias que têm mais da metade da renda mensal comprometida com dívidas. Este total agora é de 21,1%.

A situação preocupa, pois pode desencadear o aumento da inadimplência, uma realidade para 25,6% dos brasileiros. A dificuldade de arcar com o pagamento das dívidas leva as famílias para uma situação de endividamento ainda mais crítica. Uma vez inadimplentes, os consumidores podem ter o nome incluído nos órgãos de proteção ao crédito e enfrentar uma série de restrições que dificultam ainda mais a situação financeira.

Impactos do nome negativado

Com o nome negativado, popularmente conhecido como “nome sujo”, o consumidor tem maior dificuldade de acesso ao crédito de modo geral, seja para realizar qualquer tipo de financiamento ou mesmo compras em lojas.

Outra consequência é a redução do score. Embora já exista no mercado a oferta de cartão de crédito para score baixo, a pontuação funciona como um histórico do consumidor que é considerado pelas empresas e instituições financeiras, para implementar restrições.

O nome negativado também pode ser impeditivo para a abertura de conta corrente e a participação em concursos públicos de entidades como Banco Central e o Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES). Serviços como cheque especial e oferta de talões de cheques podem ser suspensos enquanto o consumidor estiver nesta situação.

Como limpar o nome

Renegociar dívidas é o melhor caminho para retirar o nome dos órgãos de proteção ao crédito. A orientação da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo (Procon-SP) é negociar valores e prazo possíveis de serem quitados.

Ao efetuar o pagamento da primeira parcela, a empresa cobradora terá até cinco dias úteis para solicitar a exclusão do nome do consumidor do cadastro de negativados. É importante ter atenção às datas de vencimento de cada parcela para garantir que o pagamento seja feito em dia.

Uma dica da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) é buscar economizar no dia a dia para poupar dinheiro no período em que estiver quitando as parcelas. Outras alternativas são buscar renda extra e reservar o 13º salário para esta finalidade.

É necessário que o pagamento da dívida renegociada seja uma prioridade para evitar que o descumprimento do acordo possa levar à negativação do nome do consumidor novamente.

Como saber se estou negativado?

A Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – explica que o fato de ter uma dívida com uma empresa não significa, necessariamente, que o nome será incluído nos órgãos de proteção ao crédito. No entanto, se isso acontecer, a empresa deverá informar previamente. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) determina que o aviso deve ser feito por escrito.

De toda forma, o consumidor pode, a qualquer momento, consultar a situação do seu CPF pela internet, nos sites dos órgãos de proteção ao crédito, para saber se há alguma dívida registrada. A consulta é gratuita.

Foto de Capa: Mikhail Nilov/Pexels

Deixe um comentário