Atualmente com os acontecimentos promovidos pelo grupo do Estado Islâmico, temíveis terroristas que estão atuando no Iraque e na Síria, cometendo diversas atrocidades com cruéis consequências desastrosas para a população desses países e do mundo, que se coloca perplexo com essa situação. Muitos jovens, inclusive de outros países se motivam a imitarem os islâmicos barbudos ao deixarem crescer a barba, numa suposta adesão a esses procedimentos islâmicos ou por vaidade estética do indivíduo como moda.
A barba é de origem milenar e, usada em diferentes culturas, é uma expressão do indivíduo. São famosas as barbas ideológicas, filosóficas, boêmias e institucionais. Na antiguidade, era usada como sinal de status político, social ou religioso. Usavam-na por motivo de luto, promessa e por outros problemas de desgosto pessoal.
O fio da barba valia como caução de empréstimos, era uma garantia. Costumava-se castigar o indivíduo delituoso com o corte do cabelo e raspar a barba. Era costume antigo só fazer a barba no dia da missa do 7º dia. Era costume dos hebreus usarem barba. Entre os gregos, o uso da barba era bastante comum, principalmente entre os filósofos. Entretanto, durante a dominação macedônica, essa tradição grega foi severamente proibida pelo rei Alexandre – O Grande.
O rei de Portugal (1345-1383) Dom Fernando, foi o primeiro a fazer a barba e cortar o cabelo, sendo imitado pelos fidalgos espalhando-se a moda. Na batalha de Aljubarrota, o rei da Espanha em tom pejorativo apelidou os portugueses de Chamorros (tosquiados, tosados).
Ela é usada em diferentes culturas: judeus, como meta de força e firmeza de caráter religioso; adventistas da reforma em uma opinião religiosa; classe sacerdotal do antigo Egito; filósofos gregos e romanos; igreja ortodoxa; senadores gregos, romanos, e brasileiros, como símbolo do poder político, como D. Pedro II, outros ainda por questões de moda e vaidade.
No Concílio Cartaginês, IV de 398, decidiu-se que os religiosos não fossem cabeludos nem rapados.
Na civilização Romana, a barba integrava um ritual de passagem de ciclo da vida: todos os rapazes, antes de alcançarem a puberdade, não podiam cortar nenhum fio de cabelo, inclusive da barba. Quando atingiam a transformação da infância para a juventude, raspavam os pelos dos corpos e ofereciam-nos aos deuses.
Na Idade Média, os integrantes da Igreja Ortodoxa usavam-na (ainda usam) para se distinguirem dos católicos.
Conta Pedro Calmon: “Os navegadores tinham barbas, tanto que um deles, D. João de Castro, se saiu de uma dificuldade de dinheiro em Goa dando em penhor uns fios de suas barbas honradas para resgatá-los no vencimento”. A barba, portanto, revelava a importância de quem a possuía. Demonstrava força, orgulho, sinceridade, além de virilidade.
Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, jornalista e humorista brasileiro, perguntou ao Barão de Itararé por que deixava a barba crescer, e ele respondeu ao interlocutor: “Não deixo. Elas crescem sozinhas”.
Na atual modernidade, a barba tem sido usada como traço alternativo de vaidade visual masculina, que revela a opção dessas pessoas. Pelos seus valores de escolhas comportamentais do livre arbítrio fazem o que querem, sem se incomodarem com o pensamento alheio e revelam-se de acordo com o visual que lhes agrada.
Em São Paulo estão pintando a barba com cores berrantes. É apenas uma questão de modismo, e não de caráter semelhante ao dos radicais islâmicos de brutal atuação, que praticam o terror contra os civis desprotegidos. Contudo há de se dizer que o uso peluginoso não é sinônimo de higiene. Certas empresas não admitem barbudos, um preconceito do comportamento do Recurso Humano, que vai de encontro à capacidade intelectual do pretendente.
Essa quadrinha de conotação picaresca tem a finalidade de ilustrar o texto:
Azeitona miudinha, /Q’azeite pode render? /Homem sem barba na cara/ Que respeito pode ter? /Lagoa que não tem junco, /Que lagoa pode ser? / Homem que não tem barba, / Que vergonha pode ter?