Pesquisa realizada pela Universidade de Guelph, no Canadá, revela que consumir leite durante o café da manhã reduz a glicose no sangue mesmo após o almoço
Por Anderson Costa – Ascom (Comunicação Sem Fronteiras)
Com frequência ouvimos de muita gente, dos nossos avós especialmente, que um leitinho pela manhã sempre cai bem. Pois bem, a sabedoria popular é mais uma vez comprovada pela ciência. Um estudo realizado por cientistas canadenses da Unidade de Pesquisas Nutracêuticas Humanas da Universidade de Guelph, com colaboração da Universidade de Toronto, demonstrou que consumir leite durante o café da manhã, mesmo com alimentos ricos em carboidratos, reduz a glicose no sangue mesmo após o almoço.
A notícia é ainda mais importante para uma população de 16,8 milhões de brasileiros adultos (20 a 79 anos) que sofrem de diabetes tipo 2. Segundo dados do Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), somos o 5º país em incidência da doença no mundo, perdemos apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
De acordo com a endocrinologista Pryscilla Moreira, um dos grandes desafios do paciente com diabetes é justamente combater esse desequilíbrio do metabolismo da glicose, que é, a grosso modo, a quantidade de açúcar no sangue. “Quando o paciente com diabetes tem uma alimentação descontrolada, no que diz respeito ao açúcar, ele tem uma piora desses níveis glicêmicos, e portanto, uma piora no controle da doença”, explica a médica que atua no complexo de serviços médicos e de saúde em Goiânia, o Órion Complex.
A especialista afirma que uma das melhores maneiras para se controlar a diabetes é por meio de uma dieta saudável e sem excessos. “Quando o paciente consegue controlar a glicose por meio da alimentação, é possível diminuir a quantidade de medicação, reduzir significamente o tempo de evolução de piora da doença e diminuir os efeitos das complicações que podem aparecer. Então, quando falamos em controlar a glicose, não estamos falando só do consumo de doces e açúcar, mas principalmente do carboidrato presente uma série de alimentos como frutas, verduras, nos alimentos com base em farinhas brancas, pois estes sim, quando não controlados corretamente, são os grandes vilões do paciente com diabetes”, esclarece Pryscilla.
Benefícios do leite
Além do que foi revelado no estudo da Universidade de Guelph, a endocrinologista cita outros benefícios do leite, um alimento proteico que auxilia muito numa melhor absorção dos carboidratos. “A quantidade de proteínas que o leite oferece é muito importante para que o paciente tenha um maior controle de seus níveis glicêmicos”, pontua a médica.
Mas, independente desse benefício aos diabéticos, a endocrinologista Pryscilla Moreira explica que o leite, de maneira geral, é muito benéfico para a população, afinal é uma fonte barata de proteína e de cálcio, mineral importantíssimo para a formação de ossos e dentes, para a regulação da coagulação sanguínea e para funções neuromusculares.
Bem-estar e saúde
Ao longo de séculos, o leite tem sido vinculado, não só a sua função primária de alimento, mas também com a questão da saúde e do bem-estar. Para muitos especialistas em saúde e comportamento, isso provém muito provavelmente da relação profunda que temos com o leite logo que nascemos, por meio do processo de amamentação.
Mas para se manter nesse segmento dos alimentos promotores de saúde e bem-estar, a indústria láctea está entre as que mais evoluíram no setor alimentício. “Hoje, graças a modernas técnicas de processamento conseguimos produzir uma série de tipos de leite, bem como diversos derivados. Temos hoje além do leite longa vida, que está entre os itens mais consumidos, temos os desnatados, semi-desnatados, os sem lactose; uma grande evolução do produto que fez com que mais pessoas consumam esse alimento”, explica André Luiz Rodrigues Junqueira, presidente do grupo Marajoara Laticínios.
Apesar de sua origem animal, o leite de vaca, conforme explica André Luiz, está entre os alimentos mais seguros para o consumo humano. “O moderno processo de pasteurização e de esterilização, por meio do método UHT [da sigla em inglês para Ultra High Temperature], garante um produto estéril de quaisquer microorganismos nocivos à saúde. E ainda: a legislação brasileira não permite a adição de nenhum tipo de conservante ao leite, o que faz do alimento uma opção ainda mais saudável, tanto para adultos quanto para crianças. Por ser um produto de origem animal, o leite é alvo de uma rigorosa fiscalização, que é cumprida pelas indústrias de laticínios”, detalha André Luiz.
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