Repasse é 34% maior que o do mesmo período do ano passado. Saiba quanto a sua prefeitura vai receber
Por: Felipe Moura/Brasil61
Os municípios da Região Norte recebem nesta quinta-feira (10) mais de R$ 674 milhões do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O repasse é referente ao primeiro decêndio de fevereiro. No mesmo período do ano passado, as prefeituras embolsaram cerca de R$ 502 milhões, ou seja, esta transferência é 34% maior e representa aumento real de recursos para os cofres municipais mesmo com inflação acumulada de 10,38% nos últimos doze meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As 61 prefeituras do estado do Amazonas, exceto Manaus, vão receber R$ 118,7 milhões do FPM. No mesmo decêndio de 2021, embolsaram pouco mais de R$ 88 milhões. Em Manaquiri, que fica na Região Metropolitana de Manaus, o FPM corresponde a 50% das receitas do município. O prefeito da cidade e presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM), Jair Souto, destaca que o fundo é fundamental para os gestores, sobretudo das cidades pequenas.
“A importância do FPM é garantir a cobertura do elevado custeio para todos os municípios, sobretudo os pequenos municípios do Brasil, já que base de arrecadação nesses municípios é o FPM e o ICMS, ou seja, nós não temos arrecadação própria na maioria dos municípios do Brasil. O FPM é fundamental. Porém, esse aumento não significa quando temos uma inflação e os aumentos de forma desenfreada dos produtos e serviços no Brasil”, afirma.
Os municípios paraenses vão receber mais de R$ 314 milhões. Já as prefeituras do Tocantins vão partilhar R$ 123,5 milhões da transferência, por sua vez.
Confira abaixo o repasse para as prefeituras dos demais estados:
- Rondônia – R$ 71,2 milhões
- Acre – R$ 25 milhões
- Amapá – R$ 13,2 milhões
- Roraima – R$ 8,1 milhões
Variação
Vale destacar que o primeiro repasse do FPM costuma ser o maior, porque é resultado do recolhimento dos impostos que vencem no fim do mês anterior, destaca Cesar Lima, especialista em Orçamento Público. A transferência do próximo dia 10, por exemplo, tem origem na arrecadação do Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) entre os dias 20 e 30 de janeiro.
Já o segundo decêndio, cujo repasse ocorre, em geral, no dia 20, costuma ser o menor em cada mês. Por fim, o montante volta a subir no terceiro decêndio. Por isso, para saber se o repasse do FPM aumentou ou diminuiu, as prefeituras devem fazer esse cálculo comparando o decêndio atual com o mesmo do ano anterior. “A comparação se o FPM está ascendente ou descendente dentro de um mesmo mês é complicada. É melhor ou pegar uma série de meses dentro do mesmo ano ou, até mesmo a título de comparação, de um exercício para o outro”, orienta Cesar.
O que é o FPM
O FPM é um fundo pelo qual a União repassa, a cada dez dias (por isso o nome “decêndio”), 22,5% do que arrecada com o IR e com o IPI aos municípios. A cada mês, portanto, são três transferências, que ocorrem nos dias 10, 20 e 30. Se a data cair no sábado, domingo ou feriado, o repasse é antecipado para o primeiro dia útil anterior.
O dinheiro das prefeituras é creditado pelo Banco do Brasil. Os percentuais de participação de cada município são calculados anualmente pelo TCU de acordo com o número de habitantes de cada cidade e a renda per capita dos estados. Os municípios são divididos em três categorias: capitais, interior e reserva. As capitais dos estados e Brasília recebem 10% do FPM. Os demais municípios brasileiros são considerados de interior, e embolsam 86,4% do fundo. Já os municípios de reserva são aqueles com população superior a 142.633 habitantes e recebem – além da participação como município de interior – uma cota adicional de 3,6%.
Bloqueio
De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, até 09 de fevereiro, 12 municípios estavam entre os entes bloqueados por causa de alguma pendência. Entre os principais motivos para bloqueio estão: ausência de pagamento da contribuição ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), dívidas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), débitos com a inscrição da dívida ativa pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), e falta de prestação de contas no Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde (Siops).
Para desbloqueio do repasse, o município deve identificar o órgão que determinou o congelamento. Em seguida, deve conhecer o motivo e regularizar a situação.
Confira a lista dos municípios com repasses bloqueados
- Aperibe (RJ)
- Balsas (MA)
- Cambuci (RJ)
- Carapebus (RJ)
- Cotia (SP)
- Floriano (PI)
- Itaporanga D’Ajuda (SE)
- Mangaratiba (RJ)
- Petrópolis (RJ)
- Rio das Ostras (RJ)
- São João de Meriti (RJ)
- Silva Jardim (RJ)
Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
Fonte: Brasil 61