Protestos em Buenos Aires reúnem sindicatos e organizações sociais e Milei consegue manter veto a aumento das aposentadorias
Por Katia Maia
“É uma vergonha, basta, por que nos reprimem?” Essas eram algumas das palavras e frases ditas por aposentados e manifestantes que foram às ruas de Buenos Aires nesta quarta-feira para protestar contra o veto do presidente Javier Milei à lei de mobilidade dos aposentados.
A lei, aprovada recentemente, previa um aumento de 8,1% nas aposentadorias e vinculava o benefício mínimo à Cesta Básica. Apesar de ter sido um projeto proposto pelo próprio presidente, ele o vetou depois de aprovado. O seu veto foi a votação nesta quarta-feira. Ele poderia ser derrubado pela Câmara Baixa, mas isso não aconteceu.
Com um placar de 153 votos a favor do veto, 87 votos contra e 8 abstenções . O partido do presidente precisava de 82 votos para chegar aos dois terços necessários e depois de acordos celebrados na câmara, conseguiu blindar o veto presidencial.
Nas ruas, desde cedo, várias centrais sindicais, organizações sociais e aposentados tomaram as ruas próximo ao Congresso da nação. A manifestação seguia de forma pacífica até que no meio da tarde, pouco depois da votação, começou a repressão policial. Mais de mil policiais estavam nas ruas, principalmente próximo ao Congresso da Nação. Muitos manifestantes foram atingidos por gases de pimenta e balas de borracha. Pelo menos nove pessoas ficaram feridas, entre aposentados e crianças.
É indigno o que estão fazendo com o país, disse um aposentado. Outros gritavam contra a polícia. Diziam “querem nos derrubar, mas estamos de pé”. “Essa é uma tarde muito triste para o país” diziam outros e lembravam que todos, um dia, serão aposentados. O presidente Javier Milei, publicou posts nas redes social X (antigo Twitter), comemorando a decisão dos deputados.
De Buenos Aires, na Argentina
Foto: Katia Maia