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A alegria do 1,99

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Você lembra quando as lojas de 1,99 se tornaram uma febre?

Lembra quando entrou em uma delas pela primeira vez?

Eu me lembro muito bem do meu deslumbramento quando descobri, pela televisão, que o segmento havia chegado ao Brasil.

Quando chegaram aqui perto de casa então, foi alegria pura.

Imagine, essa pessoa entrando em uma loja onde tudo ou quase tudo custava menos de R$ 2,00?

Menino, era uma festa!

Eu entrava e saia jurando que tinha feito uma grande compra.

Na verdade isso nunca acontecia de fato.

Esse segmento, que surgiu por aqui na década de 90, veio junto com nossa estabilidade econômica.

E, junto com os dois, a estabilidade e as lojas com produtos de pouco valor, chegou também a alegria de comprar.

Os produtos não tinham qualidade de fato, tanto que eram quase descartáveis. Mas o grande barato era a quantidade que levávamos de dinheiro e o tanto de sacolas que carregávamos pela rua.

Depois começaram a surgir algumas cuja qualidade era melhor, e os preços um pouco mais altos.

Naquela época, também surgiram as Rainhas das Lojinhas.

Meninas, que ficaram famosas por saberem garimpar.

Iam para as avenidas comerciais de suas cidades e com a disposição típica das mulheres em dia de compras, buscavam, vasculhavam e encontravam o que queriam pelo menor preço.

Eram sucesso em festas de família. Com elas a decoração sempre estava à mão e os presentes eram muito bem resolvidos quase instantaneamente.

Com o tempo, algumas “lojinhas” foram se tornando mais requintadas, os preços foram se tornando mais encorpados, e as placas que estampavam enormes 1,99 desapareceram lentamente.

As Rainhas das Lojinhas tiveram de estabelecer seu reino em outro lugar, esquecendo-se dos encantos de fazer muito com pouco.

E, desde que elas surgiram, muita coisa mudou.

Mudou tanto que elas estão lentamente indo embora.

Sinal de que aquilo que as trouxe também já não mora mais aqui.
 

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