Na vida, muitas vezes, fomos carregados pela disciplina, rígida e exigente. Percebemos, em nosso tempo, que muitas situações e concepções de vida desprezam a disciplina. Pensamos conseguir as coisas sem disciplina. Um ditado dos monges diz: “quem luta sem método, luta em vão”. Há que ter métodos claros para conseguir aprender e crescer.
Um autor chamado John Bradshaw acha que a disciplina é a “arte de diminuir o sofrimento da vida”. Sem disciplina a pessoa sofre consigo mesma, sofre com sua confusão interior e exterior. Um outro autor diz que a disciplina gostaria de fazer com que pudéssemos nos alegrar sempre em toda parte.
Na disciplina aprendemos a viver nossa própria vida, ao invés de sermos vividos. Ajuda a tomar nossa vida nas mãos, dar-lhe a feição e forma. Os gregos falam também de “ascese”, que é exercício, treinamento. O esportista treina para alcançar sua meta, o filósofo se exercita na liberdade interior.
O vício, por exemplo, não se muda sem ascese. A ascese não é simples, mas um treinamento consciente da liberdade interior. Dela faz parte também a renúncia. Sem renúncia, dizem os psicólogos, a criança não consegue desenvolver um “eu”, uma personalidade forte e saudável. Quem precisa satisfazer sempre de imediato suas necessidades e desejos não crescerá. É preciso suportar as carências para, então, desenvolver a capacidade. A ascese me dá o sentimento de eu não ser apenas vítima de minha educação, mas de poder constituir eu mesmo minha vida. Ascese dá prazer à vida. Tenho prazer em me exercitar, em desenvolver minha capacidade.
Sem esse prazer de viver não se pode dominar o vício. Quem aprende na ascese a adiar uma necessidade saberá gozar o prazer de viver. A ascese aumenta o gozo, ao passo que vício impede o verdadeiro gozo e a verdadeira alegria. Por isso, que nós possamos perceber que a disciplina faz bem. Dar tudo à mão das pessoas não é bom. A vida é exigente e precisa da disciplina e da renúncia. Muita paz pra você!