A cachaça é uma bebida popular brasileira que o povo a denomina por vários nomes: aquela-que-matou-o-guarda, cobertor-de-pobre, forra-peito, a ‘marvada’ e tantas outras denominações da imaginação popular. É conhecida também por aguardente com referência a bebida obtida pelo processo de fermentação da cana-de açúcar, vulgarmente denominada de pinga. Atualmente beber cachaça de boa qualidade e procedência, é moda, também da elite que a aprecia.
Não se sabe ao certo a origem da palavra pinga, mas diz à história que foram os escravos encarregados da destilação que atribuíram esse apelido à bebida. Quando o caldo da cana-de-açúcar fervia, o vapor desprendido se condensava no teto e pingava sobre eles, daí a associação.
A cachaça se tornou tão popular que passou a concorrer com os vinicultores e produtores da bagaceira, uma aguardente feita da casca da uva, produzida pelos lusitanos. Para resguardar os interesses dos lusitanos, a metrópole, em 1639, proibiu a fabricação do produto na colônia. Era igualmente essencial ao tráfico negreiro, servia de troca com os líderes africanos, por elementos escravizados.
Impossibilitado, porém, de combater a fabricação clandestina, feita pelos pequenos produtores de cana-de-açúcar, em 1756 o governo português passou a tributar a cachaça, como os outros gêneros.
Encontra-se presente em vários lugares, desde os mais humildes botecos, frequentados pela classe de menor poder aquisitivo; nos terreiros de candomblés, velórios, festas populares de rua e ou particular. É vendida até nas mais sofisticadas casas do ramo de bebidas alcoólicas com rótulos de marcas famosas e preços avultados. É produzida e propagada para exportação como aguardente pura destilada da cana-de-açúcar, produto nacional de primeira qualidade, origem e procedência garantida.
A cachaça por ser uma bebida popular de preço baixo é muito consumida. Serve de consolação, estímulo e também diversão ao pobre que a ingere para amenizar as mágoas e esquecer as agruras a que está submetido pela sua condição de homem do povo de má sorte e ou por vício. A cachaça está sempre presente no dia a dia do brasileiro humilde, nos momentos de alegria ou de tristeza.
Em muitos estabelecimentos que vendem a ‘caninha’, em tom de gozação, divulgam frases filosóficas como esta: “Entrou, pediu, bebeu, cuspiu, pagou, saiu, voltou, repetiu, tropeçou, caiu, levantou, sumiu”. entre outras.
Diz o bebedor inveterado ou viciado: A magia da cachaça é entrar no corpo e fazer todos os problemas desaparecerem. Eu não preciso de amor, eu já tenho a cachaça. A cachaça é minha companhia em todas as horas, ela sabe mais da minha vida que muita gente.
Os apreciadores do líquido que passarinho não bebe, dizem, que bebendo moderadamente a cachaça não faz mal e, a usam até como remédio, porém quem bebe exageradamente fica endemoninhado, atordoado pelo efeito que altera e destrói o raciocínio do sujeito. Vicia o elemento que passa a ser dependente da bebida alcoólica.
Há de se registrar que existe a cachaça pura e as misturadas (batizadas) ou baldeadas de procedência desconhecida que prejudicam a saúde do usuário. O consumo precoce de álcool pode acabar levando os jovens ao alcoolismo.
Frases: “Todos bebem, seja homem ou mulher, a solteira atrás da porta, a casada embaixo da cama”. “Bebe chefe de polícia/particular ou escondido,/ o padre por mais sabido/ toma seu trago na missa.// Eu também tive notícia/ou por outra ouvir dizer,/e tanto que posso crer/ no dizer de certa gente,/ que bebendo o presidente/ não é defeito beber”. Mas terrível e destruidora, é a degradação humana, quando consegue dominar e escravizar o homem.
Entre os apreciadores frequentadores de botecos há um rito todo especial para degustá-la: Uns derramam uma pequena quantidade no chão, uma oferta para o santo que o preteje, outros fazem a persignação com o copo antes de ingeri-la e assim outras superstições da invencionice do bebedor.
É tão popular que já inspirou, orações, canções e poemas. Destaque-se que a cachaça se presta a várias misturas com ervas, raízes e frutas e são tidas como mezinhas para cura de várias enfermidades, além da famosa meladinha, mistura da cachaça com mel de abelha, servida quando a mulher, principalmente da zona rural, dá à luz.
ADVERTÊNCIA:
Segundo informações obtidas no site do DETRAN, “conduzir veículo é tarefa que requer habilidade e prudência, todavia, estes requisitos são facilmente desrespeitados após o motorista ter ingerido bebida alcoólica. Grande parte dos acidentes de trânsito ocorridos no Brasil é consequência direta da embriaguez ao volante, isso porque muitas pessoas ainda acreditam no falso poder estimulante do álcool”.
Dizem que as principais paixões do brasileiro são: a cachaça, o futebol e o jogo do bicho.
FONTES CONSULTADAS:
Sites da Web;
Enciclopédia livre Wikipédia;
Enciclopédia ENCARTA;
Dicionário do Folclore Brasileiro de Luiz da Câmara Cascudo;
https://www.clickpb.com.br/paraiba/especial-cachaca-a-nova-moda-da-elite-brasileira-893.html