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A felicidade não é deste mundo, mas se inicia aqui

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Analisando o livro bíblico de Eclesiastes (2:4-11), em que Salomão (931 a.C.), Rei de Israel, estabelece, nas suas entrelinhas, não ser a felicidade deste mundo, e avaliando a jornada terrena da criatura humana, inferimos que tal escrito se reveste da mais pura expressão da verdade, já que, por mais conquistas e ganhos que logremos nesta vida, não alcançaremos o estado de plenitude, “faltando-nos” sempre algo, pois o que importa não é “ter”, mas “ser”. Desde o momento em que começamos a compreender a vida e os seus mecanismos, já maduros psicologicamente e devidamente emancipados – e até mesmo antes de adquirirmos a nossa independência -, passamos a perceber a realidade do axioma eclesiástico, pois não temos nos dedicado a outra coisa na vida, até então, senão a resolver problemas. São problemas que nos tiram a paz e a tranquilidade necessárias ao encontro da tão sonhada felicidade. É certo que vivenciamos momentos de júbilo, os quais devemos extrair o máximo de proveito, pois logo se esvaem, dando lugar a novas inquietações e angústias, as quais nos impelirão a novos esforços para resolver mais e mais problemas, pois estes se avolumam a cada dia, quer no seio da família, quer na sociedade ou no campo profissional.

 

Assim, passamos a entender que o planeta Terra é verdadeiramente uma escola, a qual nos matriculamos para um curso “extensivo”, através do qual vivenciaremos experiências valiosíssimas, positivas e negativas, que irão capacitar-nos – se aprovados – a darmos saltos mais audaciosos em outras esferas planetárias ou dimensões, estas com características bem diferentes das do nosso orbe. A felicidade aqui na Terra não se traduz em estado perene, contínuo, mas em altibaixos frequentes, considerando o fato de sermos surpreendidos vez por outra com sobressaltos e adversidades variados.

 

Na Terra, o nosso “curso” compreendido do berço ao túmulo é por demais fugaz, pois quando nos damos conta já possuímos mais de meio século de existência! O difícil é nos identificarmos como espíritos imortais que somos; aqueles que carregam consigo para a erraticidade – para o além-túmulo – toda a bagagem psicológica amealhada ao longo das incontáveis existências físicas. Pululam os exemplos daqueles que nos precederam no além! Aquelas personalidades que nos deixaram um legado de luz, em razão de uma conduta pautada no Bem, no bom proceder, nas suas histórias de vida, enfim.

 

A felicidade, por outro lado, não está necessariamente associada à alegria ou a sorrisos, mas a estado de ventura da alma; de preenchimento! Esse estado que acompanhava frequentemente o Cristo, o qual jamais se abalava ante qualquer situação que se lhe apresentasse, favorável ou não! Dentre tantos ensinamentos Seus, teve o ensejo de dizer: “O Meu reino não é deste mundo” (João, 18:36), mas em regiões ignotas e imarcescíveis. Possuidor de semblante tranquilo e sereno, espargia paz às pessoas e as contagiavam. Essa felicidade de plenitude vivenciada por Ele, à luz do Seu Evangelho, será por demais difícil de ser por nós avaliada e experimentada, em razão do nosso estágio evolutivo. Dia virá em que usufruiremos também esse estado de plenitude, pois o mesmo se inicia aqui, através das nossas ações perante a vida, as quais ecoarão na eternidade. E a rapidez de alcançarmos o referido estado somente de nós dependerá, na medida em que despertarmos para a nossa condição de espíritos imortais à caminho da luz!

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744