Circulou, durante muito tempo, no Brasil a informação de que o ex-presidente francês, Charles de Gaulle, teria dito a frase: “O Brasil não é um país sério” em função de alguma circunstância qualquer que o teria desgostado. Tempos depois veio se saber que o referido presidente jamais pronunciara essa expressão e que a mesma fora falada por um embaixador brasileiro.
Há circunstâncias, nos dias de hoje, que são absolutamente incompreensíveis e que podem ter acontecido pela qualidade das situações que as envolvem! Recentemente, assistimos a um fato que intrigou a todos, que foi o fato de Sua Excelência um ex-presidente brasileiro condenado e preso, ter sido convocado para receber uma condecoração concedida pela prefeitura de Paris/FR.
Vem a indignação: por que essa condecoração teria vindo? Será que a Embaixada da França em Brasília, mesmo sabendo, tudo o que aconteceu, politicamente no Brasil, teria motivado a concessão desse prêmio? Quais foram as razões para que essa honraria tivesse acontecido? Será que foi o beijo que o mesmo teria dado na cara do ditador, cruel Muamar Kadafi? Teria sido a construção do metrô na Venezuela? Ou então dentre as muitas obras feitas, em volta do mundo miserável, seria o reconhecimento da construção do porto de Mariel em Cuba?
Que valores a prefeita de Paris teria reconhecido no ilustre presidiário brasileiro?
Será que a vida política do ex-presidente é novidade para alguém, que não seja um indígena, um quilombola ou um habitante do Pantanal Mato-grossense?
O título de “cidadão honorário de Paris” é algo que chama a atenção porque o homenageado está sobrecarregado de condenações por malversações administrativas durante a sua passagem pela administração pública nacional e que disseminou o caos na sociedade brasileira!
Será que a sociedade francesa é tão louca assim para, mesmo sabendo o passado do condenado, tê-lo reconhecido como uma pessoa merecedora de tão especial consideração?
Dentro desse contexto, vem a pergunta que não quer calar: por essa atitude tomada pela gestora da Prefeitura de Paris, a grande França da liberdade, igualdade e fraternidade pode ser considerada um país sério? Será que liberdade, se iguala a libertinagem?
A concessão dessa honraria, a quem a recebeu, não diz quem é o homenageado, mas quem é a França de hoje! Quer mostrar o quê à sociedade universal? Que os crimes políticos compensam?