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A lista

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Já ouvi falar, mais de uma vez, que a tarefa mais difícil que existe, quando o assunto é
casamento, é a lista de convidados.

Quando chega a hora de montar a bendita tem choro e ranger de dentes.

E o pior de tudo: é que a partir dela que todas as coisas se resolvem.

A partir dela se define o lugar da cerimônia, o número de fotógrafos, o buffet, decoração, cinegrafistas, músicos, convites…

Há quem diga que não.

Que a primeira coisa a se definir é o local.

Primeiro você escolhe o local, fica sabendo quantas pessoas cabem lá e depois vai escolher os eleitos.

Acho essa uma boa estratégia, porque, caso alguém venha chorar ou ranger os dentes é só dizer:

“Mas no local não cabe mais ninguém!”

Argumento perfeito, afinal não tem como colocar uma pessoa sobre a cabeça da outra. Ainda mais que, naquele dia, todos estarão arrumados, alinhados e muito bem penteados.

Mas daí pra ter coragem de decidir: vou escolher um lugar que caiba X e apenas X pessoas é outro departamento.

 

Voltemos à lista de convidados como ponto de partida para todas as outras coisas.

Quando as pessoas veem que o namoro está engatando de fato começam assim:

“Ai que lindos vocês juntos. Quero comer bolo.”

A vontade que dá é falar assim:

– Querida, olha ali, está vendo? Bolos do Flávio, ali tem bolo para todos os gostos!

O namoro caminhando, o povo fala do bendito bolo.

Agora, quando fica noiva, misericórdia!

“Quero ir a esse casamento, hein?”

– Você? Nem morta!

Mas a gente não pode falar assim e, por isso, faz-se a lista de convidados.

E as pessoas são escolhidas, conforme relatos que já ouvi, com meticuloso cuidado.
 

A primeira lista é feita com todos aqueles que os noivos gostariam que estivessem no grande dia. Essa é simples e fácil de fazer. Afinal, cabe todo mundo.

Depois que ela está pronta, aí vem o sofrimento: a hora da peneira.

Nessa hora, peneira, peneira e joga pra cima quando o vento tá batendo. Quem for tirado pelo vento dança.

E, assim, dia após dia, vai-se peneirando.

São vários critérios que servem de vento: um namoro que acaba, uma raiva que a pessoa faz para alguém da família, uma falta de atenção.

Ou qualquer motivo vira motivo para que a pessoa seja sumariamente eliminada.

Não é sem dor no coração que os noivos fazem isso, eu acredito, mas se faz necessário.

 

Não tem jeito.

Cada convidado custa, minha gente. E muito.

Por isso os inúmeros peneiramentos para fazer a lista final.

Aos noivos, sigam o coração.

Aos que não foram escolhidos, compreendam com carinho.

Não é falta de amor, às vezes, é falta de grana mesmo!

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