Na última década falar de luta de classes era como se estivéssemos falando de coisas da era dos dinossauros. Aguerridos intelectuais da direita, tanto brasileira como a nível mundial, sustentaram um discurso de que esse conceito estava anacrônico e fora do eixo.
A tese de que o mundo estava uno em ideias e práticas quase que praticamente se consolidou, e os únicos que continuaram falando que a luta de classes não havia acabado eram somente alguns abnegados intelectuais orgânicos da esquerda e alguns sindicalistas que ainda perdiam tempo para fazer leituras marxistas.
Com o golpe de Estado no Brasil perpetrado por um grupo de políticos conservadores que não concordaram em continuar perdendo as eleições, apoiados por setores também conservadores da economia, e com a imposição de reformas infames e cruéis contra os trabalhadores e a favor do desmonte do sistema de bem-estar social do Estado brasileiro, a luta de classes renasceu no inconsciente coletivo.
Prova disso foi que pela primeira vez depois de mais de vinte anos o Movimento Sindical brasileiro conseguiu unificar o discurso e colocar nas ruas brasileiras o povo trabalhador e suas organizações para dizer não ao governo neoliberal. Assim dizer em alto e bom som que apesar de existir uma mídia que vende ilusões, a classe trabalhadora está de novo se organizando e lutando pelos seus direitos mais elementares que estão querendo a qualquer custo tirá-los.
E para quem continua com o discurso de que não existe na sociedade brasileira uma reação ainda que tímida e implícita em atos pequenos e em tácitas mobilizações contra o desmonte do Estado, ao mesmo tempo, que existe uma clara atuação de uma elite interessada em criar semi-escravos modernos, a resposta de que a luta de classes está saindo do armário não vai tardar muito, até porque apesar da grande mídia ter seu lado nessa luta, os trabalhadores brasileiros estão mais conscientes de tudo o que acontece, porque existem a internet e as redes sociais.
Ninguém em sã consciência e sem resistência à raciocínio pode ser contrário a este importante fato dos tempos recentes, a luta de classes está definitivamente saindo do armário e ocupando as ruas e as praças do país!